Trata-se de pessoas que foram libertadas da prisão há menos de oito anos (após condenação por terem cometido “crimes graves”) ou há pelo menos dez anos (para os “crimes particularmente graves”).
Até agora, a lei sobre a mobilização decretada em setembro pelo Presidente russo, Vladimir Putin, proibia o recrutamento deste tipo de ex-presidiários.
Agora, só aqueles que foram condenados por pedofilia, sequestro com reféns ou atentado, tráfico de materiais radioativos, espionagem ou alta traição não poderão ser mobilizados, de acordo com as alterações hoje aprovadas pela Duma, a câmara baixa do parlamento russo.
Os deputados votaram hoje igualmente a lei que regulamenta o estatuto de voluntários destinados a “ajudar as forças armadas” em conflitos armados ou operações antiterroristas, no país e fora das respetivas fronteiras.
Nos termos desta lei, eles terão “o mesmo estatuto que os militares contratados”.
“É justo: eles defendem o nosso país”, sublinhou o presidente da Duma, Viatcheslav Volodin, num comunicado.
A mobilização foi decretada na Rússia após uma série de reveses para as forças de Moscovo em combate na Ucrânia e permite recrutar mais de 230.000 pessoas, segundo os números das autoridades.
A medida desencadeou manifestações de protesto em algumas regiões da Rússia e fez com que dezenas de milhares de cidadãos russos abandonassem precipitadamente o país para evitar o alistamento.
Também se registaram muitos casos de mobilização indevida de homens não-elegíveis — estudantes, pessoas demasiado idosas ou doentes –, tendo o próprio Putin admitido a ocorrência de “erros”.
A ofensiva militar lançada a 24 de fevereiro pela Rússia na Ucrânia causou já a fuga de mais de 13 milhões de pessoas — mais de seis milhões de deslocados internos e mais de 7,7 milhões para países europeus -, de acordo com os mais recentes dados da ONU, que classifica esta crise de refugiados como a pior na Europa desde a Segunda Guerra Mundial (1939-1945).
A invasão russa — por Putin com a necessidade de “desnazificar” e desmilitarizar a Ucrânia para segurança da Rússia – foi condenada pela generalidade da comunidade internacional, que tem respondido com envio de armamento para a Ucrânia e imposição à Rússia de sanções políticas e económicas.
A ONU apresentou como confirmados desde o início da guerra, que hoje entrou no seu 246.º dia, 6.374 civis mortos e 9.776 feridos, sublinhando que estes números estão muito aquém dos reais.
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