No seu primeiro discurso como líder do parlamento, Juan Guaidó insistiu que a AN não reconhecerá o novo mandado de Nicolás Maduro, que começa a 10 de janeiro, alegando que as eleições antecipadas de maio de 2018 foram “irregulares”, e que a partir dessa data estará a “usurpar” as funções de chefe de Estado.

“A presidência, a partir de 10 de janeiro, estará usurpada, porque estamos em ditadura, e recuperar a democracia não depende de uma lei ou de nomear alguém, depende de todos (…). Nicolás [Maduro], a 10 de janeiro, este parlamento não te ajuramentará”, disse.

Guaidó, de 35 anos, sublinhou que “há que gerar condições para um governo de transição e para poder realizar eleições limpas e transparentes”.

“Estamos em ditadura, sem máscaras”, disse o novo presidente do parlamento, que se referiu aos venezuelanos que emigraram do país e acusou o regime de pretender “submeter o povo pelo estômago”, com uma caixa de produtos alimentares subsidiados.

“Hoje, as mães venezuelanas, despedem-se dos seus filhos num terminal, num aeroporto e até num cemitério, isso não é justo para o nosso país”, frisou.

A 10 de janeiro, Nicolás Maduro iniciará um novo período presidencial, que se prolongará até 2025.

A 21 de maio de 2018, um dia depois das últimas eleições presidenciais antecipadas na Venezuela, o parlamento denunciou os resultados, alegando irregularidades e o não respeito pelos tratados de Direitos Humanos ou pela Constituição da Venezuela.

A nova direção do parlamento venezuelano é ainda composta pelos vice-presidentes Edgar Zambrano e Stalin González, dos partidos Ação Democrática e Um Novo Tempo.

No dia de hoje, antes da sessão de posse da nova direção, os acessos ao parlamento estiveram temporariamente bloqueados, por alegadamente ter sido descoberto um engenho explosivo.