“É muito agradável. A Ericeira é linda. Ontem [sábado] experimentei surf e hoje vou fazer ‘stand up paddle’ (SUP)”, afirmou a alemã Bea, que está ligada a uma ‘fintech’, empresa tecnológica de serviços financeiros, e que aproveitou a deslocação à maior cimeira tecnológica do mundo para participar na Surf Summit.

“Não é a primeira vez que venho a Portugal, mas é a primeira vez que participo na Web Summit e também na Surf Summit”, revelou, recomendando a participação nas próximas edições deste evento mais desportivo a todos os que tenham essa possibilidade.

Já o brasileiro Luís Calado, que trabalha na multinacional norte-americana Survey Monkeys, está pelo segundo ano consecutivo a participar na Surf Summit, e pela terceira vez na Web Summit em Lisboa.

“Temos oportunidade de contactar com profissionais de todo o mundo. É uma grande comunidade da tecnologia”, realçou, elogiando a “elevada qualidade da organização” destes dois eventos, distintos, mas relacionados.

Segundo Luís Calado, a Surf Summit vale mais pelo “convívio” e para “relaxar”, enquanto a Web Summit é o local certo para desenvolver as competências profissionais, aproveitando a “excelência das conferências”.

Depois de ter feito surf no sábado, e convivido à noite na festa da Surf Summit, que juntou pessoas de todo o mundo, o brasileiro originário do litoral do Estado de São Paulo, no Brasil, optou hoje pelo yoga.

Até porque as baixas temperaturas e, sobretudo, a forte ondulação que hoje se faz sentir nas praias da Ericeira levaram a organização a cancelar as aulas de surf (para vários níveis, de iniciantes a avançados).

“O mar hoje está muito perigoso”, destacou à agência Lusa Tiago Pires, o primeiro surfista português a correr o circuito mundial e que é um dos embaixadores da Surf Summit desde a sua primeira edição, em 2016, aconselhando os cerca de 250 participantes a optar pelas outras atividades disponibilizadas: o ‘stand up paddle’ (SUP), as bicicletas de todo o terreno (BTT), as caminhadas e o yoga.

Jono e Beth Griffin, casal irlandês, também estão este fim de semana na Ericeira em busca de aventuras mais radicais, antes de participarem na Web Summit que arranca na segunda-feira, em Lisboa.

“É uma zona muito bonita. As pessoas são muito amáveis e a comida é muito boa”, destacou Jono Griffin, que surfou no sábado em Ribeira d’Ilhas, uma das praias mais icónicas da Ericeira.

“Toda esta costa é especial. Vamos voltar para o ano”, rematou Beth Griffin.

A Surf Summit é o "aperitivo" para a onda digital que vai invadir Lisboa a partir da próxima segunda-feira, e conta com altos quadros de cerca de uma centena de empresas dos mais variados lugares do mundo que, antes de participarem na Web Summit, vão aproveitar as atividades ao ar livre na vila piscatória localizada a cerca de 50 quilómetros da capital portuguesa.

Entre os inscritos na Surf Summit, encontram-se executivos de entidades tão variadas como o Citibank, o Banco Central Europeu, a Comissão Europeia, a Microsoft, a SAP, a Universidade de Columbia ou o Youtube.

Para além do desporto, também há a componente do convívio entre os participantes entre almoços, jantares e festas organizadas pela Surf Summit, que animam de dia e de noite a Ericeira, reconhecida em 2011 como Reserva Mundial de Surf pela organização norte-americana ‘Save the Waves Coalition’.

E também há lugar para palestras com símbolos vivos do ‘surf’ e do ‘bodyboard’, como é o caso dos portugueses Tiago ‘Saca’ Pires, primeiro surfista português a correr o circuito mundial, e Joana Schenker, que no ano passado se tornou a primeira atleta portuguesa a conquistar o título de campeã mundial de ‘bodyboard’.

Mas também da surfista e modelo californiana Anastasia Ashley, ou dos surfistas de ondas grandes Hugo Vau e Garrett McNamara, este último ex-recordista mundial que catapultou a Praia do Norte, na Nazaré, para a fama mundial.

Este ano, a problemática dos plásticos nos oceanos vai estar em destaque nos debates que vão ter lugar no domingo à noite.

Paddy Cosgrave, co-fundador da Web Summit, também esteve na Ericeira, juntando-se ao presidente da Câmara de Mafra, Hélder de Sousa Silva, num encontro com jornalistas na manhã de domingo, na Praia da Foz do Lizandro.

A cimeira tecnológica, de inovação e de empreendedorismo Web Summit nasceu em 2010 na Irlanda e mudou-se em 2016 para Lisboa, devendo permanecer até 2028 no Altice Arena (antigo Meo Arena) e na Feira Internacional de Lisboa (FIL), em Lisboa.

Nesta terceira edição do evento em Portugal são esperados cerca de 70 mil participantes de mais de 170 países.