As eleições realizadas em Hiroshima (oeste), Nagano (centro) e Hokkaido (norte) foram as primeiras desde que Suga tomou posse como chefe do executivo, em setembro último, e eram vistas como o primeiro referendo público à gestão do Governo.
Os candidatos do principal partido da oposição, o Partido Constitucional Democrático do Japão (PCDJ), obtiveram os três lugares em disputa, um resultado considerado também como uma projeção das eleições gerais, previstas para o final do ano, constituindo um duro golpe para o Partido Liberal Democrático (PLD), de Suga.
O mandato de quatro anos da câmara baixa da Dieta (parlamento) termina em 21 de outubro, mas alguns analistas preveem que as eleições sejam antecipadas.
“Os eleitores emitiram um juízo duro sobre o Governo de Suga”, disse o secretário-geral do PCDJ, Tetsuro Fukuyama, citado pela agência de notícias japonesa Kyodo.
Fukuyama atribuiu o resultado ao “descontentamento com os escândalos relacionados com a política” e a “resposta à covid-19″.
As eleições em Hiroshima e Hokkaido foram convocadas após a renúncia aos mandatos de dois legisladores do PLD, o ex-ministro da Justiça Katsuyuki Kawai e a mulher, Anri, após um escândalo de compra de votos e subornos.
O responsável pela campanha eleitoral do PLD, Taimei Yamaguchi, disse que o partido “vai refletir” sobre os resultados.
O índice de aprovação de Suga rondava os 70% quando sucedeu a Shinzo Abe, que renunciou ao mandato por causa de problemas de saúde, em setembro do ano passado.
Em fevereiro deste ano, caiu para menos de 40%, devido sobretudo ao descontentamento com a gestão da pandemia da covid-19, com vários analistas a considerarem que os resultados destas eleições põem em causa a continuidade de Suga à frente do partido.
Desde o início da pandemia, o Japão registou meio milhão de casos da covid-19 e quase 10 mil mortes devido à doença.
Na sexta-feira, o primeiro-ministro japonês declarou o terceiro estado de emergência para Tóquio e três prefeituras ocidentais, para conter a propagação da covid-19, quando faltam três meses para o início dos Jogos Olímpicos no país.
Yoshihide Suga anunciou que esta medida estará em vigor até 11 de maio, nas vésperas de uma visita do presidente do Comité Olímpico Internacional, Thomas Back, o que fez aumentar a especulação de que o Governo estaria a dar prioridade ao calendário olímpico, em detrimento da saúde da população.
A campanha de vacinação no Japão também está atrasada em relação a muitos países.
A inoculação começou em meados de fevereiro, mas os progressos têm sido lentos, devido à falta de vacinas e de profissionais de saúde.
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