A reunião foi convocada pelo Partido Social-Democrata (SPD), mas as divergências são especialmente visíveis entre a União Democrata-Cristã (CDU) de Merkel e o seu aliado tradicional, a União Social-Cristã (CSU) da Baviera, liderada pelo ministro do Interior Hörst Seehofer.
Seehofer quer recusar a entrada a migrantes registados noutros países europeus e Merkel recusa medidas unilaterais e quer uma resposta europeia para o problema.
“O SPD não pode ser o mediador entre a CDU e a CSU, que têm de resolver as suas diferenças, mas o compromisso a que chegarem tem de ser discutido connosco”, disse a líder dos sociais-democratas, Andrea Nahles.
O plano de Seehofer baseia-se no chamado Protocolo de Dublin, segundo o qual os pedidos de asilo devem ser analisados no Estado pelo qual o refugiado entrou no território europeu, o que penaliza especialmente Itália e a Grécia, principais países de chegada de migrantes que atravessam o Mediterrâneo com destino à União Europeia.
Um dos principais aliados de Merkel na CDU, Armin Laschet, advertiu que o plano de Seehofer pode gerar reações unilaterais de outros países europeus, como Itália decidir abandonar o protocolo de Dublin, que acabarão por ter como consequência um aumento dos pedidos de asilo à Alemanha.
Para Laschet, é necessário “sistemas que funcionem, muitas conversações, tempo e tranquilidade”.
É pouco provável que a CSU aceite “tempo e tranquilidade”, depois de, na semana passada, Seehofer ter dado um ultimato a Merkel, ameaçando encerrar as fronteiras da Alemanha “em julho” se não for conseguido um acordo entre os dirigentes europeus na cimeira desta semana.
O cenário mais extremo, citado por analistas, é Seehofer considerar insuficiente o que vier a ser decidido na cimeira europeia e avançar para a aplicação do seu plano, o que obrigaria a chanceler a demiti-lo, com a consequente saída da CSU da coligação.
Na reunião de hoje participam, pela CDU, Merkel e o líder do grupo parlamentar, Volker Kauder, pelo SPD, Nahles e o vice-chanceler e ministro das Finanças, Olaf Scholz e, pela CSU, Seehöfer e o vice-presidente do grupo parlamentar CDU-CSU, Alexander Dobrind.
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