Os partidos políticos expressaram as suas posições após o presidente da Assembleia da República, Augusto Santos Silva, ter anunciado que o parlamento vai organizar uma sessão solene de boas-vindas ao Presidente brasileiro, Lula da Silva, e que a data ainda vai ser decidida.

Em declarações aos jornalistas, no final da reunião da conferência de líderes, o líder parlamentar do PS manifestou a concordância do partido, considerando que a solução encontrada “é um enquadramento adequado” para acolher o chefe de Estado de um “país amigo, irmão, parceiro da CPLP”.

Eurico Brilhante Dias defendeu que as relações bilaterais “são importantes para os dois países” e frisou que o “PS não se opôs a que essa sessão solene possa decorrer no dia 25 de abril”.

O líder parlamentar do PSD, Joaquim Miranda Sarmento, concordou com a opção de “receber o presidente do Brasil em sessão solene, com a dignidade que o país e o chefe de Estado merecem, mas não na sessão solene do dia 25 de Abril, na sessão solene que comemora a Revolução dos Cravos”.

Pela Iniciativa Liberal (IL), o presidente do Grupo Parlamentar, Rodrigo Saraiva, apontou que a proposta de Santos Silva “foi ao encontro” daquilo que a IL defendeu e salientou que Lula da Silva “será recebido numa sessão própria e não na sessão solene do 25 de Abril”, propondo que se realize no dia 24.

Rodrigo Saraiva considerou também que “hoje foi reafirmada a dignidade da Assembleia da República como órgão de soberania”.

O bloquista Pedro Filipe Soares disse que a “receção na Assembleia da República do Presidente Lula da Silva” tem a “total anuência” do BE, seja no dia 25 de abril ou “numa sessão no dia anterior”.

O líder parlamentar do BE manifestou também o seu “repúdio” a “quaisquer intenções golpistas de colocar a Assembleia da República no lamaçal na receção de Lula da Silva” e, afirmando estar a referir-se ao Chega, salientou que é “incompreensível qualquer apelo a violência, ainda que verbal, na receção de um chefe de Estado, ainda para mais de um país irmão, como é o Brasil”.

A deputada única do PAN disse que “acompanha a proposta que foi avançada” pelo presidente da Assembleia da República, considerando que a realização de uma sessão solene de boas-vindas é da mais elementar sensatez. Inês Sousa Real defendeu que o ministro dos Negócios Estrangeiros “deve pedido de desculpa à Assembleia da República por ter ultrapassado as suas competências e por no fundo ter desrespeitado a autonomia e a soberania deste órgão” quando anunciou o Presidente brasileiro iria discursar no parlamento português no 25 de Abril.

Por seu turno, o líder parlamentar do Chega disse que o partido está “veementemente contra a vinda do Presidente Lula da Silva ao parlamento português” e “durante as comemorações do 25 de Abril então, ainda mais”.

O deputado do Chega — partido que manifestou apoio a Jair Bolsonaro nas últimas eleições presidenciais do Brasil — referiu-se ao “passado de Lula da Silva ligado à corrupção” e disse que “se há uma coisa que o 25 de Abril devia ter trazido era particularmente uma luta contra a corrupção”.