A campanha oficial para as eleições europeias começou hoje com a maioria dos partidos concentrados em Lisboa, à exceção da AD, PS e Chega, que dedicaram o dia a distritos a sul do Tejo.

Em Olhão, no Algarve, o cabeça de lista da Aliança Democrática (AD), Sebastião Bugalho, escusou-se a falar das eleições de domingo na Região Autónoma da Madeira, onde um dos partidos que faz parte da AD, o PSD, ficou em primeiro lugar mas sem maioria absoluta.

Quanto a propostas para as eleições europeias, Sebastião Bugalho defendeu que Portugal deve ter mais políticas relacionadas com o mar para criar riqueza para os seus cidadãos e criticou o PS por não ter uma palavra para os pescadores no seu programa eleitoral.

A cabeça de lista do PS, Marta Temido, recusou que a derrota dos socialistas na madeira acrescente pressão à sua candidatura às europeias, considerando tratar-se de duas eleições distintas.

Marta Temido não quis comentar a sua expectativa quanto ao número de eleitos do PS nas europeias, afirmando não querer pôr-se "fora de pé".

O número um lista da CDU, João Oliveira, que iniciou a campanha com uma arruada na Amadora, também se referiu à natureza distinta das duas eleições e preferiu não estabelecer “objetivos quantitativos” para as europeias.

Confiante no reforço da bancada comunista no Parlamento Europeu, João Oliveira defendeu que se contrarie o “grande alheamento” da população relativamente às eleições europeias.

A “número um” do Bloco de Esquerda, Catarina Martins, que iniciou a campanha na Feira de Espinho, disse não temer qualquer efeito de contágio das eleições regionais na Madeira, onde os bloquistas perderam a representação na Assembleia Legislativa Regional.

A candidata escusou-se ainda a definir uma meta para o número de deputados a eleger pelo Bloco, admitindo apenas que quer ter “um resultado forte”.

O Chega iniciou a campanha eleitoral no sudoeste alentejano, em Vila Nova de Milfontes, e o seu presidente, André Ventura, retomou uma das bandeiras do partido: maior controlo à imigração.

Ventura reafirmou a necessidade de maior controlo à imigração e a priorização de estrangeiros que falem português e partilhem a “matriz cultural”.

Embora reconhecendo que "há imigração que faz falta", o líder do Chega criticou o regime de entrada, que classificou como "absurdo".

João Cotrim de Figueiredo, “número um” da lista da Iniciativa Liberal, traçou no final de uma arruada em Lisboa que o objetivo é eleger um eurodeputado no próximo dia 09 de junho e apontou a abstenção como o seu “grande adversário”.

O cabeça-de-lista da Iniciativa Liberal disse ainda que está “a fazer os possíveis” para estar com o Presidente da Ucrânia, que visita Portugal na terça-feira, e manifestar-lhe o “apoio inequívoco” do partido.

Francisco Paupério, “número um” da lista do Livre, iniciou a campanha com uma travessia entre as duas margens do Tejo para defender mais investimento europeu na mobilidade sustentável e transição energética, numa viagem que disse provar como essa aposta serve as pessoas.

O percurso entre o Cais do Sodré e Cacilhas fez-se em pouco mais de 10 minutos, numa das novas embarcações elétricas da Transtejo, financiada através de fundos europeus mas, para muitos habitantes, que continuam a ter de recorrer ao carro.

Ainda no domínio da sustentabilidade, o cabeça de lista do PAN, Pedro Fidalgo Marques, defendeu a necessidade de direcionar melhor os apoios às energias renováveis, afirmando que existe dinheiro mas é preciso torná-lo acessível a empresas e famílias.

Fidalgo Marques falava no final de uma visita à ‘start up’ tecnológica Wind Credible, criadora de turbinas revolucionárias para produzir energia eólica.

Cerca de 373 milhões de eleitores europeus são chamados a votar para o Parlamento Europeu entre 06 e 09 de junho. Em Portugal, a votação é no dia 09.

Serão escolhidos 720 eurodeputados, 21 dos quais portugueses.

Concorrem às eleições um total de 17 partidos e coligações: a AD, PS, Chega, IL, BE, CDU, Livre, PAN, ADN, MAS, Ergue-te, Nova Direita, Volt Portugal, RIR, Nós Cidadãos, MPT e PTP.