Num passeio a pé, em ritmo intenso, o chefe de Estado entrou em vários estabelecimentos de comércio portugueses: surpreendeu uma cliente que fazia madeixas num cabeleireiro, foi para trás do balcão numa churrascaria e comeu um pastel de nata num café.

Marcelo Rebelo de Sousa parou também numa loja de ferragens de propriedade açoriana, onde decidiu comprar um galo de Barcelos, e entrou numa agência bancária portuguesa, distribuindo pelo caminho abraços e beijos, alameda Saint Laurent acima, até ao Parque de Portugal.

A presença do Presidente da República, disponível para incontáveis fotografias e com tempo para conversas de forma bem-disposta, agitou o fim de tarde no bairro português, provocou risos e deixou alguns emigrantes emocionados.

“Ele cultiva a proximidade com o povo, é um homem de afetos, por isso nós o amamos muito”, comentou uma mulher.

A cidade de Montreal foi o primeiro ponto da visita oficial de Marcelo Rebelo de Sousa ao Canadá, país onde segundo o recenseamento de 2021 vivem cerca de 450 mil pessoas de origem portuguesa, o que abrange portugueses e lusodescendentes.

No Parque de Portugal, o chefe de Estado posou em frente a um mural da fadista Amália Rodrigues e confraternizou com representantes de associações dos Açores — de onde é originária a maioria dos portugueses residentes no Canadá –, mas também do Minho, do Ribatejo e da Nazaré, muitos com trajes típicos.

O Presidente da República começou este passeio a pé na Missão de Santa Cruz, instituição católica fundada em 1964, que tem um centro comunitário, uma escola onde se ensina português e uma igreja, onde Marcelo Rebelo de Sousa rezou.

Depois deste momento de convívio com a comunidade residente em Montreal, o Presidente da República viajou de avião para Toronto, onde terá hoje um encontro com o primeiro-ministro canadiano, Justin Trudeau.

A visita ao Canadá, com um programa dedicado às comunidades portuguesas, entre quarta-feira e domingo, coincide com as celebrações dos 70 anos da chegada dos primeiros emigrantes portugueses oficialmente registados a este país.

Os chamados pioneiros chegaram em 1953, na sequência do estabelecimento de relações diplomáticas formais entre os dois países.

Acompanham o Presidente da República no Canadá o ministro dos Negócios Estrangeiros, João Gomes Cravinho, e os deputados João Azevedo e Castro, do PS, Francisco Pimentel, do PSD, Diogo Pacheco de Amorim, do Chega, Rodrigo Saraiva, líder parlamentar da Iniciativa Liberal, Bruno Dias, do PCP, e José Soeiro, do Bloco de Esquerda.