Apesar dos consideráveis danos causados, na quarta-feira, pelo ciclone nos dois países da Ásia do Sul, a perda de vidas humanas foi contida, já que, até recentemente, os ciclones mais violentos matavam milhares de pessoas nessa região.

A ministra da região de Bengala Ocidental, no leste do país, relatou 80 mortos, enquanto as autoridades de saúde do Bangladesh registaram 26 óbitos. Na noite de quinta-feira, a avaliação provisória do ciclone continha 95 mortos, no total.

Rajadas de vento, chuvas torrenciais e o aumento repentino das águas causado pelo ciclone devastaram as áreas costeiras de Bengala, inundando vilas e cidades, danificando dezenas de milhares de casas e derrubando árvores e postes de eletricidade.

O maremoto destruiu muitas fazendas de camarão no Bangladesh, agravando a situação económica dos moradores que já estava difícil devido ao confinamento decretado para conter a pandemia da covid-19.

A intrusão da água salgada do mar na terra seca “deve ter um impacto severo nos meios de subsistência pelos próximos dois a três anos”, avisaram as Nações Unidas (ONU).

Na Índia, o primeiro-ministro, Narendra Modi, sobrevoou de helicóptero as áreas afetadas e anunciou a atribuição de cerca de 120 milhões de euros para a reconstrução da região.

“Todo o país está agora ao lado de Bengala Ocidental neste momento crítico e juntos reconstruiremos as áreas arruinadas pelo ciclone”, disse Modi.

A União Europeia também anunciou um auxílio inicial de 500.000 euros à Índia e 1,1 milhões de euros ao Bangladesh.

Em Calcutá, a tempestade arrancou um cata-vento no topo de uma igreja de 205 anos, que resistiu a inúmeros ciclones no passado.

“Era tão antigo como a igreja. Até agora só conseguimos encontrar pequenos pedaços de uma das asas do galo”, afirmou o padre Swarup Bar à agência francesa France-Presse.

Em Sundarbans, a maior floresta de mangue do mundo, que abrange a Índia e o Bangladesh, classificada como Património Mundial da Humanidade, a destruição provou ser menos significativa do que se temia inicialmente.

“No geral, os danos não são tão grandes”, relatou Amir Hossain Chowdhury, chefe do Serviço Florestal do Bangladesh.

O país vai bombear pontos de água vitais para a fauna de Sundarbans, com o objetivo de retirar a água do mar levada pela tempestade, menor do que os meteorologistas temiam.

“Este é apenas um revés temporário para a fauna da floresta, onde se encontram os tigres de Bengala, macacos, veados e outros”, concluiu.

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