“Então começamos o ano com o PCP e o BE a meterem baixa no apoio ao Governo? Este ano vão estar de baixa e [depois] se o Governo precisar de qualquer coisa atirem lá para o PSD que o PSD resolve? Os cavalheiros estão muito equivocados”, afirmou.

Pedro Passos Coelho falava na Covilhã, distrito de Castelo Branco, durante o “jantar de reis” organizado pela Comissão Política Local.

Ao longo da intervenção, o líder dos sociais-democratas considerou que as posições do BE e do PC na TSU – que admitem pedir a apreciação parlamentar desta medida caso o Governo insista na redução para as empresas – são “sinais de que algo se pode alterar na maioria” e que demonstram que “a geringonça está desavinda”.

“Para começo de ano, isto a mim não me deixa boas impressões. Espero que eles corrijam isto ao longo do ano e que não comecem a desentender-se, apenas porque já juntaram as boas novas que tinham para dar e o dinheiro que tinham para distribuir”, afirmou.

Por outro lado, voltou a rejeitar todas as críticas que têm sido feitas ao PSD desde que advertiu o PS para não contar com o seu voto e lembrou que o PSD não faz parte do Governo e que não teve qualquer responsabilidade nas decisões apresentadas.

“No ano passado concordaram, este ano não concordam. E como estão desavindos a culpa é do PSD, se não houver concertação e se as medidas de compensação para as empresas não passarem a culpa é do PSD, que não é responsável, que não é coerente e não é patriótico. Isto até dá vontade de rir. É preciso um descaramento muito grande”, vincou.

Segundo referiu, a posição do PSD “é clara e cristalina” e não será alterada, até porque o PSD não está disponível para fazer “fretes”.

“Não andamos nem nunca andaremos a fazer fretes seja ao PS seja a quem for”, acrescentou.

Pedro Passos Coelho mostrou-se igualmente contra a eventual nacionalização do Novo Banco e lembrou o caso do BPN para defender que as nacionalizações têm custos muito elevados para os contribuintes.

“Então nós queremos nacionalizar mais bancos e transferir para os contribuintes a factura dessas nacionalizações?”, questionou, lembrando que o BPN era “uma coisa muito pequenina” quando comparada com o Novo Banco e que, mesmo assim, poderá custar aos portugueses mais de seis mil milhões de euros.