"É quase impossível durante toda a década de 1980 e parte da de 1990 não ter presente a figura do doutor Silva Marques como parlamentar e líder parlamentar do PSD. Foi uma pessoa influente durante muitos anos, uma pessoa por quem eu tinha uma grande admiração e amizade. Foi sempre um homem que levou a política com muita convicção e seriedade, apesar de ser uma pessoa de enorme boa disposição", realçou Pedro Passos Coelho, em declarações à agência Lusa e à RTP.
O líder dos sociais-democratas falava à saída do velório de Silva Marques, na Basílica da Estrela, em Lisboa.
Passos lembrou ainda o "brilhantismo" do antigo chefe da bancada social-democrata no parlamento, recordando os seus "olhinhos pequeninos a brilharem, sempre que intervinha no parlamento" em nome do PSD.
Silva Marques morreu no domingo, aos 78 anos, disse hoje à Lusa fonte partidária.
José Augusto da Silva Marques nasceu a 07 de novembro de 1938, começou na política no PCP, foi dirigente comunista na clandestinidade e afastou-se do partido antes do 25 de Abril de 1974.
A sua experiência na clandestinidade inspirou um livro, "Relatos da clandestinidade - O PCP visto por dentro" (ed. Jornal Expresso), publicado em 1976, que, ao longo de mais de 300 páginas, contou como foi a sua adesão ao partido, o trabalho clandestino e, por fim, a rutura.
Silva Marques foi, durante quatro anos, de 1976 a 1979, presidente da Câmara Municipal de Porto de Mós.
Aproximou-se do PSD e foi eleito deputado pelo círculo de Leiria, de 1980 a 1999 e desempenhou o cargo de presidente do grupo parlamentar dos sociais-democratas.
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