"Preocupa-me que haja do ponto de vista oficial a assunção por parte do Governo de Angola de que pode haver prejuízo para as relações bilaterais entre os dois Governos o facto de ter havido notícia de que o vice-presidente de Angola poderia estar arguido num processo de corrupção ativa", disse Pedro Passos Coelho.
O líder dos sociais-democratas disse que não lhe cabe "fazer juízos sobre a circunstância de base", ou seja, sobre se o vice-Presidente de Angola "ou não arguido", porque "isso cabe à justiça", e sublinhou a sua preocupação com as consequências deste caso.
"Preocupa-me que haja uma degradação da relação bilateral. Espero que não haja por parte do Governo de Angola nenhuma confusão quanto à separação de poderes que existe em Portugal. Os governos não respondem pelos tribunais e os tribunais não respondem por aquilo que os governos fazem. São coisas separadas", disse o presidente do PSD.
O Governo angolano classificou hoje como "inamistosa e despropositada" a forma como as autoridades portuguesas divulgaram a acusação do Ministério Público de Portugal ao vice-Presidente de Angola, Manuel Vicente, e alertou que essa acusação ameaça as relações bilaterais.
Na sequência destas considerações o ministro dos Negócios Estrangeiros português sublinhou as "relações densas" entre Portugal e Angola e garantiu que a programada visita do primeiro-ministro a Luanda não está comprometida devido a recentes decisões judiciais.
Convidado a comentar esta matéria, Pedro Passos Coelho, que falava, no Porto, à margem de uma visita à Essência do Vinho, disse esperar que "a relação entre os dois países não fosse afetada por aquilo que se passa na espera judicial".
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