Paulo José, diagnosticado em 1993 com a doença de Parkinson, faleceu num hospital do Rio de Janeiro, onde tinha sido internado durante 20 dias devido a pneumonia.

Com uma carreira de mais de 50 anos, o ator foi uma das principais figuras do país, com um trabalho memorável no cinema, teatro e televisão, onde interpretou personagens numa multiplicidade de novelas.

Foi também o realizador e argumentista.

Nascido em Lavras do Sul, no estado do Rio Grande do Sul, iniciou a carreira no teatro amador na cidade de Porto Alegre, e mudou-se para São Paulo nos anos 60.

Dos palcos para o grande ecrã, foi com participar em "O padre e a moça", filme de 1965 realizado por Joaquim Pedro de Andrade que fez a transição para o cinema.

A partir daí, participou em vários filmes marcantes do movimento do Cinema Novo Brasileiro, como "Macunaíma", de Joaquim Pedro de Andrade, e "Todas as mulheres do mundo", de Domingos Oliveira, este último considerado um dos 100 melhores filmes brasileiros de todos os tempos. Foi, aliás, por esta película que venceu o Troféu Candango do Festival de Brasília, um dos mais importantes prémios de cinema do Brasil, na categoria de melhor ator (de resto, venceria mais dois).

Em 1969 começou a trabalhar com o grupo Globo, com o qual assinaria uma parceria que iria durar até aos primeiros anos deste século e que o levaria a participar em mais de 20 romances e minisséries do grupo de comunicação mais importante do país.

Um dos seus últimos sucessos no cinema foi "O palhaço" de Selton Mello (2011). Na sua última aparição na televisão interpretou o avô Benjamin na novela "Em Família" (2014), que, tal como na vida real, também sofria da doença de Parkinson.

Paulo José deixa para trás três filhas, as atrizes Ana Kutner, Bel Kutner e Clara Kutnet, do seu casamento com a atriz Dina Sfat; e um filho, o ator Paulo Henrique Caruso, nascido da sua relação com Beth Caruso.