"É um processo que é complexo, há o objetivo de constituir uma equipa e estamos a fazer isso", disse Paulo Macedo, à margem da Conferência "Corrupção: Combate de todos para todos", que decorre hoje em Lisboa.

Afirmando entender a questão noticiosa, a curiosidade e o interesse, Paulo Macedo disse que "está-se a trabalhar" e "quando houver questões claras, definitivas e concretas comunica-se", como fez o Ministério das Finanças relativamente ao convite a si dirigido, para presidente executivo do banco público, e a Rui Vilar, para presidente do conselho de administração.

"Até lá, não vale a pena estar a alimentar nomes ou curiosidades, etc, porque a Caixa precisa de desenvolver o seu trabalho e de pôr em prática o plano que está aprovado. E é nisso que nos devemos concentrar", disse, sem acrescentar mais informação.

Questionado sobre os elogios que recebeu por funções que já desempenhou, nomeadamente como ministro da Saúde, Paulo Macedo disse: "É sempre positivo ter o trabalho reconhecido, há opiniões positivas, mas também já houve outras que são críticas".

Na sexta-feira, o Governo anunciou ter convidado Paulo Macedo para presidente executivo da CGD e Rui Vilar para 'chairman', tendo ambos aceitado os convites, segundo um comunicado do ministério das Finanças, liderado pelo ministro Mário Centeno.

Na nota, a tutela refere que o Governo está, em conjunto com Paulo Macedo e Emílio Rui Vilar, "a trabalhar na definição da composição do restante Conselho de Administração" da Caixa, reiterando que "o processo de nomeação do novo Conselho de Administração da CGD segue assim o seu curso normal".

Depois do anúncio, todas as principais forças políticas se pronunciaram, contando com os elogios dos partidos da oposição PSD e CDS-PP, as críticas do PCP, o PS a dizer que a questão essencial é o cumprimento dos planos de recapitalização e de negócios já aprovados e o Bloco de Esquerda a esperar que com Paulo Macedo à frente da Caixa se abra uma “nova fase” na instituição bancária.

Hoje, o Presidente da República já disse que o processo de transição da Caixa está a correr "muito bem" e manifestou "confiança reforçada" no seu futuro, já que a solução encontrada “é tão competente como a anterior” e, por outro lado, “não levanta discussões” relacionadas com a entrega da declaração de rendimentos, como aconteceu com a anterior administração.

Rui Vilar, que entrou para a CGD na equipa de António Domingues, que tomou posse a 31 de agosto, mantém-se assim no banco público.

Paulo Macedo, antigo ministro da Saúde do governo PSD/CDS de Pedro Passos Coelho, sucede a António Domingues, que no passado dia 27 de novembro apresentou a demissão ao cargo de presidente do Conselho de Administração da Caixa, num modelo em que havia um único presidente.

Esta renúncia surgiu após cinco semanas de polémica em torno da recusa de António Domingues relativamente à entrega da declaração de rendimentos no Tribunal Constitucional à qual se juntou em seguida uma nova dúvida relacionada com a eventualidade de Domingues estar na posse de informação privilegiada sobre a Caixa quando participou, como convidado, em três reuniões com a Comissão Europeia para debater a recapitalização do banco, enquanto ainda era quadro do BPI.

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