“Acho que Macron teve um impulso mais nacional do que europeu, embora ache muito positivo que haja líderes europeus e de países europeus que sejam totalmente pró-europeus”, afirmou na conferência “A Europa e o Presente”, organizada pelo jornal Público, no Porto.

Paulo Rangel realçou dois aspetos negativos da missiva, um assente na questão da reforma da zona euro, considerando que a Alemanha “não é de perto, nem de longe” a potência mais renitente, falando num triângulo de “forte obstáculo” liderado pela Holanda, Áustria e Finlândia.

Apesar dessa opinião, Rangel vincou não estar com isso a dizer que a Alemanha não tira disso algum proveito.

“O outro aspeto negativo é a questão de Schengen, ele fala de reformar Schengen, ter guardas de fronteiras e uma política migratória, mas não disse o que quer. Aliás, Macron não é propriamente o maior defensor da liberdade de circulação”, vincou.

Por outro lado, o eurodeputado apontou como positivo o facto de o presidente francês colocar na agenda as alterações climáticas, dizendo ser uma área onde todos deviam investir.

No ambiente, Macron foi um “bom exemplo” e um “líder” porque pegou no assunto, colocou-o na ordem do dia e continua a fazê-lo.

O social-democrata destacou ainda a criação da agência para as democracias, salientando que hoje está a fazer-se avaliações estado a estado, diabolizando alguns deles.

E, através desta avaliação, não há efeitos discriminatórios, vincou.