Antes de iniciar mais uma sessão de perguntas e respostas num café histórico de Coimbra, o líder do PSD fez um pequeno percurso a pé a partir do Largo da Portagem, iniciativa que não estava inscrita na agenda oficial e da qual os jornalistas foram informados cerca de uma hora antes.
À sua espera, tinha o antigo presidente da Câmara Municipal de Coimbra Carlos Encarnação, que em julho tinha alertado que se o PSD continuasse pelo mesmo rumo corria o risco de deixar de servir para alguma coisa.
Questionado se mudou de opinião desde então, o antigo autarca respondeu afirmativamente e justificou: “Porque o PSD entretanto alterou a sua maneira de proceder, a sua linguagem, a maneira de falar, para quem fala, quando fala, como fala e é isso que eu dizia que era preciso fazer”.
Carlos Encarnação considerou que, neste momento, uma maioria absoluta do PS “é completamente impossível” e foi mais longe.
“Eu acredito que o PSD pode ter um grande resultado, significa que pode ganhar”, afirmou, recebendo depois Rui Rio à chegada com um abraço.
Quase no final do percurso a pé, apareceu o eurodeputado Paulo Rangel, numa campanha em que não têm marcado presença os chamados ‘notáveis’ do PSD.
“Vim de propósito porque amanhã vou para Bruxelas e tenho de participar na campanha ao fim de semana”, justificou, dizendo que já participou em outras iniciativas sem Rui Rio e hoje “veio a uma das grandes”.
Questionado se acredita que o PSD vai ganhar, Rangel foi cauteloso.
“Eu estou em total linha com os comentários que fez o presidente, vi ontem na televisão o meu ‘feeling’ também é esse”, afirmou, escusando-se a alongar-se em comentários por já ter feito a sua campanha e agora “é a do dr. Rui Rio”.
Paulo Rangel foi cabeça de lista às europeias de maio, na qual o PSD ficou baixo dos 22%, o pior resultado de sempre em eleições nacionais.
Nesta subida da Rua Ferreira Borges, também marcaram presença na fila da frente a eurodeputada Lídia Pereira, bem como o presidente do Conselho Nacional, Paulo Mota Pinto, e a cabeça de lista do PSD por Coimbra, Mónica Quintela.
Se na baixa de Coimbra o líder do PSD encontrou sobretudo estrangeiros – brasileiros, moçambicanos e até arménios -, Rui Rio esteve antes em Buarcos, na Figueira da Foz, acompanhado de uma comitiva mais pequena do que noutras localidades, mas mostrou-se mais conversador com os populares do que em anteriores ocasiões.
Em Buarcos, o percurso começou no Largo da Má língua e Rio recebeu desejos de “força”, mas também encontrou um antigo presidente da junta de freguesia do PS que garantiu que “até de ambulância” votaria nos socialistas no próximo dia 06.
“Se eles continuam no Governo, qualquer dia ainda tem de ir de padiola”, respondeu o líder do PSD, em tom de brincadeira.
O líder social-democrata foi distribuindo lápis entre quem comia o seu gelado e lamentou que, “por causa do colesterol”, não os pudesse acompanhar.
Pelo caminho, Rio ainda apanhou um cão aparentemente descontente, pela forma de ladrar com o líder do PSD, e várias crianças atraídas pelos lápis, os únicos brindes que distribuí nas várias iniciativas.
Questionado sobre a agenda mais descontraída de hoje – que só arrancou pelas 17:00 e tinha apenas duas iniciativas -, Rio justificou que, após uma semana de campanha, era necessária uma pequena pausa.
“Andei uma semana pelo país todo fora de casa e hoje fiz coisas tão pequeninas como arrumar a mala, que está uma barafunda, e descansar um bocadinho”, explicou.
A acompanhá-lo esteve sempre a cabeça de lista por Coimbra, Mónica Quintela, que foi das mais interventivas nos contactos com a população, explicando a alguns populares medidas do programa eleitoral do PSD e deixando até compromissos.
Em 2015, a coligação PSD/CDS elegeu 4 dos 9 deputados escolhidos pelo círculo de Coimbra, todos sociais-democratas.
Comentários