Questionado pelos jornalistas sobre o facto de o presidente do PSD, Rui Rio, ter voltado a pedir ao partido que “pondere se vale a pena ir para uma disputa interna” e “desatar aos tiros uns aos outros”, quando o PS já está em campanha para as legislativas, Rangel respondeu que “não faz sentido fazer ponderação sob esse ponto de vista”.
O eurodeputado referiu que, com as eleições internas a dia 4 de dezembro, “há tempo perfeito para depois fazer as eleições legislativas”, considerando “mau que não vá um líder legitimado às eleições”.
“Mas isto é mau para quem? Para Portugal, porque a minha preocupação é criar um programa eleitoral que seja realista, que possa ser cumprido, que suba o nível e a qualidade de vida dos portugueses e não estamos aqui com guerras de alecrim e manjerona”, afirmou aos jornalistas, durante uma visita à Feira da Castanha de Sernancelhe.
Neste âmbito, deixou um aviso: “Quem quer fazer política partidária desse tipo, fica a fazer sozinho, não conta comigo para isso”.
Paulo Rangel explicou que está focado em apresentar “um programa eleitoral que esteja concentrado na ideia de mobilidade social, subir na vida, criar mais riqueza para poder combater a pobreza, distribuindo melhor os rendimentos resultantes dessa criação de riqueza”.
Na sua opinião, “se os militantes do PSD virem que há um programa para Portugal que é um programa com condições de vencer, de mudar a política socialista, um programa reformista, com certeza que vão aderir mais facilmente” à sua candidatura.
“Portanto, não há um divórcio, pelo contrário, há verdadeiramente uma convergência entre a candidatura às [eleições] internas e, se isso foi caso, a candidatura às eleições legislativas no tempo próprio”, sublinhou.
Rangel recusou-se a fazer comentários sobre as declarações feitas por Rui Rio sobre a data que o Presidente da República escolher para legislativas revelar se “quis dar uma ajuda” ao PSD “e, neste caso, mais a um candidato”.
“Não vou comentar mais calendários das eleições legislativas”, afirmou, acrescentando que se trata de “uma competência exclusiva” do Presidente da República.
O eurodeputado disse que Marcelo Rebelo de Sousa “tratará do que tem de tratar” e de si “não ouvirão nenhum condicionamento, nem nenhuma referência a esse respeito”, avisando que não contem com ele para “estar com tricas, com insinuações”.
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