"Os trabalhadores e os utentes do transporte público estão a viver uma situação caótica na ligação fluvial entre o Barreiro e Lisboa. Os utentes apresentam-se no Terminal do Barreiro para embarcar e são confrontados com a supressão das carreiras, gerando-se aglomerações com mais de mil pessoas, com situações de enorme tensão e até de elevado risco", refere o PCP em comunicado.
No documento, o grupo parlamentar refere que em todo o serviço de transporte fluvial, não só da Soflusa como também da Transtejo, com as ligações de Lisboa a Cacilhas, Trafaria, Seixal e Montijo, se registam "problemas graves".
"A situação que atualmente se verifica exige uma abordagem urgente na Assembleia da República", acrescenta.
O grupo parlamentar de Os Verdes também considerou que a situação é "extremamente grave", ao nível do direito à mobilidade das populações, mas também sob o ponto de vista da segurança.
A deputada Heloísa Apolónia entregou na Assembleia da República uma pergunta em que questiona o Governo sobre que medidas está a tomar para resolver os "graves constrangimentos" e para quando prevê a implementação do plano de renovação da frota da Transtejo e da Soflusa.
Os Verdes querem ainda saber quando é que será reposta a normalidade nas travessias no rio Tejo.
Os deputados do PSD também questionaram o governo, perguntando sobre qual tem sido a sua intervenção para resolver o problema e para quando a normalização do serviço.
O ministro do Ambiente, que tutela os transportes urbanos, penitenciou-se hoje e reconheceu ser "muito constrangedor" a situação vivida pelos utentes da ligação fluvial entre o Barreiro e Lisboa, que viram a Soflusa suprimir várias carreiras durante as horas de ponta.
"Não tenham a mais pequena dúvida, que se não estivéssemos a fazer este esforço grande de investimento de dez milhões de euros na recuperação da frota dos navios da Transtejo e da Soflusa, os problemas seriam muitíssimo mais graves num tempo mais próximo", frisou o governante.
A Soflusa reforçou hoje a sua frota a partir da tarde com o navio 'Cesário Verde', anunciou a empresa em comunicado.
Na sexta-feira, a Soflusa fez saber que não iria conseguir assegurar esta semana todas as carreiras entre Lisboa e o Barreiro, por "indisponibilidade da frota". Na segunda-feira, a empresa anunciou que suprimiu oito carreiras na hora de ponta da manhã por só dispor de quatro navios operacionais.
Houve várias pessoas que se sentiram mal, uma mulher desmaiou e outros utentes magoaram-se na sequencia das tentativas de forçar a entrada de acesso ao barco, tendo mesmo partido uma porta.
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