Em comunicado hoje divulgado, o PCP condenou os “bombardeamentos em curso” na Faixa de Gaza, “que já provocaram dezenas de mortos e centenas de feridos entre a sua população”, afirmando que “esta nova agressão é da inteira responsabilidade do governo de Israel, que nos últimos dias optou por uma escalada dos confrontos, ao assassinar um dirigente da resistência, matando também civis e crianças durante essa operação de liquidação que teve por alvo um prédio de habitação”.

“Inserindo-se numa longa lista de crimes e agressões contra o povo palestiniano, cujos direitos internacionalmente reconhecidos continuam a ser espezinhados por sucessivos governos israelitas, esta campanha de bombardeamentos contra uma população há décadas sujeita a um feroz bloqueio é igualmente inseparável da escalada de guerra e agressão do imperialismo”, defende o PCP.

Apelando ao “reforço da solidariedade com a luta do povo palestiniano e pelos seus inalienáveis direitos nacionais”, o PCP “insta o Governo português” a tomar posição, “ao contrário do que aconteceu em anteriores agressões semelhantes”, pedindo que “condene inequivocamente os bombardeamentos em curso e que intervenha no sentido de impedir a já anunciada intenção do governo israelita de os prosseguir”.

Israel aceitou hoje uma trégua na Faixa de Gaza, proposta pelo Egito, onde 31 palestinianos, incluindo seis crianças, morreram, disse uma fonte dos serviços de segurança egípcios à AFP, acrescentando que o Cairo aguarda agora a resposta palestina.

Entretanto, a Jihad Islâmica Palestina reconheceu hoje que estão a ser feitas tentativas “ao mais alto nível” para alcançar um cessar-fogo para pôr fim à escalada de violência com Israel.

O Egito está a tentar mediar o diálogo entre Israel e a Palestina, para acalmar a situação no enclave palestino, onde as trocas de tiros continuam.

Antes, o Ministério da Saúde da Faixa de Gaza tinha avisado que os serviços de saúde serão interrompidos dentro de 48 horas, por falta de eletricidade, uma vez que as passagens de fronteira com Israel, incluindo a de Kerem Shalom, por onde o combustível entra, estão fechadas desde terça-feira.

Caso tal se concretize, agravar-se-á a crise humanitária enfrentada pelo enclave palestino, onde 31 pessoas foram mortas e pelo menos 265 ficaram feridas desde o início da atual escalada de violência entre o Exército israelita e a Jihad Islâmica Palestina, na sexta-feira.

O atual pico de tensão começou na sexta-feira, com uma forte ofensiva israelita contra alvos da Jihad, em Gaza, a antecipar uma retaliação da Jihad, após a prisão, na segunda-feira, de um dos seus líderes, durante um ataque na Cisjordânia ocupada.