“Apesar de alertada pelos motoristas e pelos seus sindicatos, a administração insiste em violar a lei e não permitir aos motoristas dos autocarros o descanso mínimo de 11 horas entre o momento em que acabam de trabalhar num dia e retomam o trabalho no outro”, refere o PCP em comunicado, considerando que a situação “coloca em risco os motoristas da empresa, os utentes dos transportes e toda a população, em geral”.

De acordo com a situação denunciada pelos comunistas “há motoristas que trabalham um dia inteiro (que chega às 15 horas, em alguns casos, por causa das pausas legais) sem ter dormido mais do que 5 horas numa noite”.

“O PCP está solidário com os trabalhadores da AveiroBus na sua indignação, considerando fundamental o cumprimento do intervalo de 11 horas entre cada dia de trabalho, o alargamento do quadro de pessoal da AveiroBus para fazer face às necessidades, e o aumento dos salários dos motoristas da AveiroBus, “para que estes não tenham de se sujeitar a incontáveis horas de trabalho extraordinário, limitando o seu descanso”.

Para o Partido Comunista, a Câmara de Aveiro “não pode assobiar para o lado” com o que está a acontecer porque, embora a empresa AveiroBus seja privada, a situação “decorre do processo de concessão de transportes feito pela Câmara Municipal de Aveiro liderada por PSD e CDS/PP”.

O PCP considera, por isso, “imperativo que a Câmara interpele a Transdev no sentido de corrigir de imediato a inaceitável situação” e “caso a empresa decida ignorar essa interpelação deve ser revista a concessão, por falta de condições mínimas de segurança”.

Já em maio os motoristas realizaram uma greve aos desdobramentos em protesto contra a excessiva carga horária, sendo a questão na altura remetida para a revisão do contrato coletivo de trabalho.

A Lusa tentou obter, sem sucesso, uma reação da empresa, bem como da Câmara de Aveiro ao pedido do PCP para que interpele a mesma.