“Vamos avançar com a majoração salarial de 50% com 25% de reconhecimento do tempo de serviço. São medidas que não resolvem tudo, mas incentivam o retorno dos médicos ao Serviço Nacional de Saúde, assim como dos enfermeiros”, disse Paulo Raimundo, durante uma visita à Unidade de Saúde Familiar (USF) da Alta de Lisboa.
“É preciso criar condições para se fixarem os profissionais para que se possam responder aos problemas dos utentes (…) a partir destas ideias centrais: valorizá-los, respeitá-los e criando condições de trabalho e incentivos para que voltem ao Serviço Nacional de Saúde”, adiantou o secretário-geral do PCP.
No local, mais de cinquenta pessoas mantinham-se na fila na rua desde as 05:00 expostas a baixas temperaturas, aguardando a abertura da unidade de saúde para a marcação de consultas e atendimento que só começa às 08:00.
De acordo com o PCP, a USF da Alta de Lisboa dispõem de “quatro médicos para trinta mil utentes”.
Paulo Raimundo ouviu as queixas dos utentes e reiterou que a situação no setor é “grave” e acrescentou que, neste momento e tendo em conta as eleições legislativas de março, “não vale a pena” fazer “conjunturas” ou cenários de “alta pressão, média pressão ou de pequena pressão” porque, frisou, ”é preciso abrir caminhos concretos para resolver o problema das pessoas”.
“Se alguém disser que vai resolver o problema de um dia para o outro está a mentir ou então estamos neste espírito de promessas que chovem todos os dias. Não é possível resolver as coisas de um dia para o outro, mas é possível abrir um caminho”, disse.
Questionado sobre os discursos domingo de Pedro Nuno Santos e de Luís Montenegro sobre a saúde, Paulo Raimundo disse que o novo líder do PS e e o dirigente do PSD têm “responsabilidades” nesta matéria e que notou – em ambos – “peso de consciência”.
Para Paulo Raimundo, a atual situação do setor da saúde é o resultado de um “processo longo e profundo” cujo objetivo é desmantelar o SNS.
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