Paulo Raimundo falava aos jornalistas durante uma ação de contacto com a população na Feira da Luz, em Carnide, Lisboa, em que distribuiu panfletos com propostas do PCP para a habitação, que incluem limites de 0,43% para o aumento das rendas e de 0,25% para o ‘spread’ dos créditos à habitação da Caixa Geral de Depósitos (CGD).
Questionado sobre a moção de censura anunciada pelo Chega, o secretário-geral do PCP enquadrou-a um mero instrumento utilizado numa “disputa de lugares” com os outros partidos à direita, que “não tem mais nenhuma consequência, nem tem jeito nenhum”, e que os comunistas votarão contra.
“Claro, não será possível nós escorregarmos na casca de banana que o Chega quer pôr. É uma disputa entre o Chega, o PSD e os outros, pronto, eles que disputem entre eles”, acrescentou.
Na primeira sessão legislativa desta legislatura, em que o PS tem maioria absoluta no parlamento, já houve duas moções de censura ao Governo, a primeira apresentada pelo Chega, e a segunda pela Iniciativa Liberal. O PCP votou contra ambas.
Sobre a habitação, Paulo Raimundo defendeu que as propostas dos comunistas — que incluem também uma moratória para os créditos à habitação — “são aquelas que dão respostas de imediato” ao “drama brutal” que se vive no país e que, no seu entender, não está a ser devidamente enfrentado.
“Pela forma como se fala tão levianamente sobre a questão da habitação, parece que só nós é que sentimos o problema”, considerou.
O secretário-geral do PCP referiu que todas as medidas do PCP rejeitadas no parlamento vão ser reapresentadas no início desta sessão legislativa: “Vamos convertê-las todas novamente em projetos de lei”.
Confessando que “a ‘fezada’ que elas sejam aprovadas não é muito grande”, Paulo Raimundo pediu apoio popular para forçar a sua aprovação pelos partidos que as reprovaram, nomeando PS, PSD, Chega e Iniciativa Liberal: “Agarrem cada um nas mãos as nossas propostas, e eles ficam mais à rasca”.
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