“Sendo expectável o aumento do fluxo turístico, num quadro de grande saturação dos aeroportos de Lisboa e de Faro”, o de Beja, onde o Estado investiu “largos milhões de euros”, tem “todas as condições no imediato” para ser solução, afirmaram os comunistas.
Em comunicado, a Direção da Organização Regional de Beja (DORBE) do PCP considerou que a infraestrutura pode “no imediato” ajudar a “alargar a capacidade no transporte de mercadorias” e “servir de apoio ao restante tráfego aéreo para o sul do país”.
Lembrando os investimentos previstos para o alargamento do Porto de Sines, no distrito de Setúbal, a DORBE do PCP vincou que “a potenciação” do aeroporto de Beja deve “ser articulada” com “uma visão nacional que aproveite os fundos comunitários”.
Nesse sentido, referiram os comunistas, as verbas do Plano de Recuperação e Resiliência (PRR) devem ser utilizadas para “um cabal e racional investimento na rede ferroviária com a modernização e eletrificação de toda a linha do Alentejo”.
“Com material circulante moderno”, será possível criar “ligações rápidas e eficazes a Lisboa e ao Algarve”, sublinharam, propondo igualmente “a conclusão das vias inscritas no Plano Rodoviário Nacional”, nomeadamente o Itinerário Principal (IP) 8, com perfil de autoestrada.
No comunicado, a DORBE do PCP insistiu que “o aeroporto de Beja deve ser colocado ao serviço do país”, defendendo, porém, a “inadiável e indispensável construção faseada do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete”.
A infraestrutura alentejana “tem condições para receber aviões de média e grande dimensão e escoar grande parte do tráfego, permitindo que o Alentejo cresça ainda mais no plano da oferta turística e do escoamento de produtos”, assinalou.
Para a estrutura comunista, a utilização do aeroporto de Beja também seria “um contributo indispensável para o desenvolvimento da região”.
Quanto ao futuro aeroporto de Lisboa, a DORBE do PCP apontou que a construção faseada de uma nova infraestrutura em Alcochete “é a única solução com futuro”.
“O investimento de milhares de milhões de euros na Base Aérea do Montijo para utilização provisória, como pretende o Governo, é uma decisão desajustada que adia, mais uma vez, a construção do aeroporto e só explicável pela pressão da multinacional Vinci”, acrescentou.
Na quinta-feira, o primeiro-ministro, o socialista António Costa, determinou a revogação do despacho que apontava os concelhos do Montijo e Alcochete como localizações para a nova solução aeroportuária da região de Lisboa, desautorizando o ministro das Infraestruturas, Pedro Nuno Santos, que no dia anterior apresentou esta proposta.
Após essa situação, o ministro Pedro Nuno Santos assumiu “erros de comunicação” com o Governo nas decisões que envolveram o futuro aeroporto da região de Lisboa, afirmando que “obviamente” se mantém em funções.
Já o primeiro-ministro manifestou-se certo de que o ministro das Infraestruturas não agiu de má-fé ao anunciar uma solução para o novo aeroporto sem a concertar consigo e considerou que a confiança política está “totalmente restabelecida”.
A solução apontada passava por avançar com o projeto de um novo aeroporto no Montijo complementar ao Aeroporto Humberto Delgado, em Lisboa, para estar operacional no final de 2026, sendo os dois para encerrar quando o aeroporto no Campo de Tiro Alcochete estiver concluído, previsivelmente em 2035.
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