“Todos devem responder perante a lei e têm que retirar das suas ações, sob pena, também, de descredibilizar a própria discussão política sobre a resolução dos problemas das pessoas, que tem que ser o principal foco de todos os agentes políticos, sobretudo no contexto em que estamos”, afirmou a deputada no parlamento em reação a uma reportagem emitida esta terça-feira pela CNN.

A reportagem aborda uma alegada troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas.

No caso são citados o antigo presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina (atual ministro das Finanças), o ministro do Ambiente e da Ação Climática, Duarte Cordeiro, e o ex-deputado do PSD Sérgio Azevedo.

A reportagem refere que a procuradora Andrea Marques considerou haver indícios de atos ilícitos, incluindo em escutas telefónicas e e-mails apreendidos do computador de Fernando Medina.

A peça remete ainda para “acordos políticos entre Sérgio Azevedo (PSD), Duarte Cordeiro e Fernando Medina (PS) para a colocação de pessoas em lugares onde receberiam para avenças e posições estratégicas” em 2017, detalhados por uma investigadora da PJ num relatório do processo ‘Tutti Frutti’.

Duarte Cordeiro afirmou esta terça-feira à noite que não foi “chamado ou ouvido pelo Ministério Público” sobre uma alegada troca de favores entre o PS e o PSD em Lisboa.

“Nunca, em nenhum momento, fui chamado ou ouvido pelo Ministério Público (MP) sobre qualquer tema relacionado com estes assuntos”, disse o ministro em resposta à Lusa sobre alegadas suspeições de favorecimento.

Duarte Cordeiro garante ainda que não teve “qualquer responsabilidade nem intervenção no processo relacionado com o projeto Torre de Picoas”, outro tema alegadamente investigado pelo MP.

A Lusa contactou outros dos nomeados na reportagem, incluindo Fernando Medina, não tendo ainda obtido qualquer resposta.