“Nunca, em nenhum momento, fui chamado ou ouvido pelo Ministério Público (MP) sobre qualquer tema relacionado com estes assuntos”, disse o ministro em resposta à Lusa sobre alegadas suspeições de favorecimento.
Duarte Cordeiro garante ainda que não teve "qualquer responsabilidade nem intervenção no processo relacionado com o projeto Torre de Picoas", outro tema alegadamente investigado pelo MP.
Numa reportagem emitida esta noite pela TVI, Duarte Cordeiro é apontado como mandatário numa troca de favores entre PS e PSD na preparação das listas para eleições autárquicas de 2017, de forma a garantir a manutenção de certas freguesias lisboetas. No caso são citados ainda o antigo presidente da Câmara de Lisboa Fernando Medina (atual ministro das Finanças) e o ex-deputado do PSD Sérgio Azevedo.
“O PS nas eleições de 2017 não só não fez qualquer pacto como, aliás, ganhou mais duas freguesias do que as que tinha antes dessas eleições, uma das quais conquistada ao PSD [Avenidas Novas]”, afirmou o agora ministro do Ambiente.
Duarte Cordeiro assinala ainda que o partido “fez um outro acordo coligatório com o Partido Livre que encabeçou as listas autárquicas para a Freguesia da Estrela e Areeiro” e que na Freguesia de Santo António e Belém “as escolhas foram, desde logo, das secções do PS do território em causa”.
A reportagem da TVI cita, por várias vezes, indícios da procuradora Andrea Marques e da Polícia Judiciária, incluindo escutas telefónicas e emails apreendidos do computador de Fernando Medina.
A peça remete ainda para “acordos políticos entre Sérgio Azevedo (PSD), Duarte Cordeiro e Fernando Medina (PS) para a colocação de pessoas em lugares para avenças e posições estratégicas” em 2017, detalhados por uma investigadora da PJ num relatório do processo Tutti Frutti. A Lusa contactou outros dos nomeados na reportagem, incluindo Fernando Medina, não tendo ainda obtido qualquer resposta.
Comentários