"Percebo o desabafo do doutor Rui Rio porque devido à ação, à intervenção, do PCP, nesta fase da vida política nacional, e graças à contribuição que demos, deram-se avanços que vão ao arrepio da vontade do PSD. Percebe-se o amargo [de Rui Rio]", disse o líder do PCP.

Na segunda-feira, em entrevista à Antena 1, o presidente do PSD, Rui Rio, defendeu que o objetivo do partido nas próximas legislativas deve ser "afastar BE e PCP da esfera do poder", para que possam ser feitas as reformas estruturais de que o país precisa.

Hoje Jerónimo de Sousa, que falava aos jornalistas no Porto, à margem de uma ação de rua com utentes dos transportes públicos, ironizou ao garantir que o PCP vai continuar a "incomodar" o líder dos sociais-democratas.

"Podemos descansar o doutor Rui Rio numa coisa: nós continuaremos, em coerência com o nosso projeto, a dar uma contribuição para que estes avanços continuem a concretizar-se e a realizar-se", disse Jerónimo de Sousa.

O secretário-geral do PCP referiu que "o PSD tinha um plano de retrocesso económico e social que não teve vencimento", razão pela qual disse perceber "o incómodo" do líder social-democrata porque, continuou Jerónimo de Sousa, "preferia, de braço dado com o PS, ter feito uma política de retrocesso".

"Nós fizemos bem. Houve avanços. São insuficientes. Vamos ter de continuar a nossa luta", concluiu Jerónimo de Sousa.