Em conferência de imprensa de encerramento das Jornadas Parlamentares do PCP, no Forte de Santiago de Sesimbra, a líder parlamentar do partido, Paula Santos, considerou que, “em vez de negociar novas e maiores contrapartidas para a multinacional detentora da ANA”, o Governo deve “sobrepor os interesses nacionais aos objetivos de lucro da Vinci”.
“O que é urgente é dar primazia à construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, em vez de alargar a capacidade do aeroporto da Portela, acabar com as parcerias público-privadas (seja nos aeroportos, seja na travessia do Tejo, seja as outras neste setor) e trazer a ANA Aeroportos de volta ao controlo público”, defendeu.
Para Paula Santos, “o país precisa de avançar com urgência para a construção faseada do novo aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, da terceira travessia sobre o Tejo e da ligação de alta velocidade entre Lisboa”.
“O Grupo Parlamentar do PCP tomará a iniciativa de promover audições que contribuam para uma identificação plena da situação e das medidas necessárias para a concretização dos projetos”, acrescentou.
Nesse âmbito, o partido vai requerer a audição do ministro das Infraestruturas e da Habitação, Miguel Pinto Luz, assim como de responsáveis da ANA/Vinci e da Infraestruturas de Portugal, para que “o país conheça o calendário, o modelo de construção e de financiamento das infraestruturas anunciadas”.
Questionada se o PCP concorda com o prazo de 10 anos estabelecido pelo Governo para que o aeroporto entre em funcionamento, Paula Santos respondeu que o que sobressaiu das declarações do executivo é que “a prioridade, apesar da construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete, é o alargamento da capacidade do aeroporto da Portela”.
“Não é isso que é necessário: é exatamente o inverso. (…) Toda a prioridade, todo o esforço, todo o empenho tem de ser na construção, no avanço do processo para a construção do novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete e não no alargamento da capacidade do aeroporto da Portela”, defendeu.
A líder parlamentar do PCP criticou também que o Governo tenha admitido, nas intervenções que fez, “negociações e contrapartidas para a Vinci”.
“Queremos perceber o que é que está em cima da mesa, porque quem sai beneficiado com o alargamento da capacidade do aeroporto da Portela é a Vinci, que nunca teve qualquer interesse e tudo fez para que não haja novo aeroporto no Campo de Tiro de Alcochete”, criticou.
Paula Santos considerou que a Vinci pretende “maximizar os seus lucros com o aeroporto de Lisboa” e acrescentou que “alargar a capacidade da Portela, com todos os riscos associados, com o que significa de ruído, de impacto na saúde pública e impactos ambientais, não é o caminho”.
Nesta conferência de imprensa, Paula Santos salientou que o PCP defende há muito tempo a construção do novo aeroporto de Lisboa no Campo de Tiro de Alcochete, além da criação de uma terceira travessia do Tejo, rodoferroviária, entre o Barreiro e Lisboa, assim como a alta velocidade até Madrid.
“Daqui queremos saudar todos aqueles que, tal como nós, não desistiram de lutar por uma solução justa e adequada para estes investimentos, em particular do novo aeroporto de Lisboa”, disse.
Comentários