Numa declaração política na Assembleia da República, a deputada Diana Ferreira salientou que a realidade dos últimos meses “demonstra que uma resposta assente numa rede do setor social e privado não serve as necessidades existentes”.
“É necessário romper com um modelo assente numa lógica de privatização das respostas sociais, com alargamento do negócio para o setor privado e proliferação de entidades não licenciadas”, apelou.
A deputada comunista defendeu, para todos os equipamentos sociais, o reforço do número dos trabalhadores, bem como das suas condições de trabalho.
“É fundamental assegurar a existência de uma rede pública de equipamentos sociais de gestão pública (…) Que considere as necessidades dos utentes e das famílias. Que tenha trabalhadores valorizados”, apelou.
Nos pedidos de esclarecimento, o deputado do PS Hugo Oliveira acusou o PCP de responder sempre da mesma forma sobre vários temas: “A posição do PCP é sempre a mesma, é pouco”.
“Juntos fizemos a maior redução dos transportes públicos, o que disse o PCP? É pouco. Juntos fizemos o maior aumento do Salário Mínimo Nacional, o que disse o PCP? É pouco. O PCP dizer que é pouco já não é defeito, é feitio”, afirmou.
Hugo Oliveira questionou a deputada Diana Ferreira se não considera preferíveis “os avanços” que os dois partidos alcançaram em conjunto do que “os recuos que a direita está desejosa de efetuar”.
“Efetivamente há muita coisa que é pouco, mas não deixamos de sinalizar os avanços importantes alcançados nos últimos anos”, respondeu Diana Ferreira.
A intervenção do PCP mereceu a concordância generalizada de BE, PAN e Verdes, e apenas PSD, CDS-PP e o deputado único do Chega fizeram reparos.
Helga Correia (PSD) e João Almeida (CDS-PP) enalteceram a resposta do setor social em matéria de creches e lares, defendendo que muitas vezes substituem “a falta de resposta pública”, enquanto André Ventura preferiu questionar o PCP sobre o próximo Orçamento do Estado.
“Como é que vai votar o Orçamento do Estado? Já sabemos que para os lares o reforço é tendencialmente zero, ficamos a saber que as pensões não terão na sua grande maioria qualquer atualização este ano”, disse, numa pergunta que ficou sem resposta por parte do PCP.
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