"O CDS tem sido claro nesta matéria, entendemos que o Programa de Estabilidade tem de ser votado no parlamento, e nós vamos levá-lo a votos" para que seja "escrutinado e votado no parlamento", começou por dizer a líder centrista, à margem de uma visita ao Bairro da Horta Nova, na freguesia de Carnide, em Lisboa.
Esta será a oportunidade "para que todos os partidos se possam posicionar" e para "constatar que as esquerdas ora encostam, ora desencostam", referiu Assunção Cristas.
A deputada frisou também que "no momento prévio à entrega do Programa de Estabilidade é sempre o momento de desencostar, e de tensão entre a base de apoio desde Governo", mas "no final todos estão de acordo, todos votam e todos estão corresponsabilizados por aquilo que aparece nesse documento".
O Governo entrega hoje na Assembleia da República o Programa de Estabilidade 2018-2022, com o Bloco de Esquerda a exigir um recuo na revisão em baixa do défice para 2018 e a manutenção da meta acordada no orçamento.
O Governo aprovou na quinta-feira, em Conselho de Ministros, o Programa de Estabilidade 2018-2022, sem divulgar oficialmente o documento, nem as metas orçamentais para este ano e os quatro próximos.
O documento é debatido na Assembleia da República no próximo dia 24 de abril e o CDS já anunciou que vai apresentar, à semelhança de anos anteriores, um projeto de resolução para que o Programa de Estabilidade seja rejeitado. Nos anos anteriores, o PS contou com o apoio dos parceiros parlamentares.
Depois, o documento é remetido para a Comissão Europeia até ao final do mês.
Para a centrista, "do ponto de vista político", este Programa de Estabilidade "é muitíssimo importante", e "talvez até mais do que nos anteriores, porque este Programa de Estabilidade é aquele que enquadra o Orçamento de Estado do ano eleitoral que será 2019".
Aos jornalistas, Assunção Cristas disse que esta é então uma oportunidade para "tirar teimas, deixar clara a prova dos nove".
"E mostrar, e creio que assim será, que PCP, Bloco de Esquerda, Verdes podem fazer muito barulho mas na verdade, no momento de aprovar, aprovam, estão junto do Governo e portanto também estão junto da austeridade encapotada, também estão junto das cativações, também estão junto da carga fiscal mais elevada de sempre, estão junto de tudo isso", frisou.
Quanto à exigência do BE de um recuo na revisão em baixa do défice para 2018 e a manutenção da meta acordada no orçamento, Assunção Cristas apontou que vai “esperar as iniciativas de todos os partidos”, para as avaliar.
“Para nós é importante que haja uma diminuição contínua do défice, um grande problema que nós temos é a dívida pública. Ora, quando o défice não está controlado a dívida aumenta, e este Governo tem aumentado a dívida em termos nominais. Só não é em termos de percentagem porque há algum crescimento económico, mas não estamos fora de termos uma questão delicada com a dívida, e isso é algo que temos de ter sempre presente no nosso horizonte”, acrescentou.
A presidente do CDS-PP admitiu que “na verdade, Portugal está a crescer alguma coisa, com certeza, é positivo, está a criar algum emprego e diminuir o desemprego”, mas defende que “infelizmente a níveis diferentes daqueles que seriam os esperados, e daqueles que seriam possíveis se houvesse outro tipo de políticas”.
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