“Não compartilho dos seus terrores”, afirmou Pedro Sánchez durante o seu discurso do debate de investidura, no congresso dos deputados, garantindo que “o PSOE é um partido espanhol formado por compatriotas” que com “sucessos e erros tem contribuído para melhorar a vida das pessoas”.
Sánchez insistiu que a direita se “equivoca quando põe em dúvida o compromisso da esquerda com Espanha” e acrescentou que se os temores da direita “não são fingidos”, então não consegue compreender por que razão esta “não mexe um dedo para que não ocorram”.
O candidato à investidura sublinhou que o diálogo é a “única via possível” para resolver o “conflito” catalão e assinalou que esse diálogo deve estar apoiado na Constituição.
“Abramos um diálogo honesto amparado pela segurança que é concedida pelo nosso sistema jurídico”, disse o responsável, considerando que é necessário deixar para trás a “judicialização do conflito” e “retomar o caminho da política”.
O presidente do Governo em funções insistiu que é necessário recomeçar e retomar esse diálogo no momento em que os caminhos se separaram e em que “os argumentos de uns e de outros deixaram de ser ouvidos”.
Sánchez considerou “inegáveis” os diferentes sentimentos existentes hoje na Catalunha e reconheceu que nos últimos anos tem havido um “abandono” e uma “incapacidade” de resolver este conflito, que também justificou pelas “debilidades e desgastes do sistema autonómico” que é “preciso corrigir”.
O governante apelou ainda ao diálogo entre todas as forças, para resolver outros problemas que afetam os cidadãos e que “não fazem distinção entre esquerdas e direitas”.
“Não pediremos a ninguém que renuncie aos seus princípios, apenas que renunciem ao seu sectarismo”, disse.
No seu discurso, o candidato do PSOE prometeu também que o Governo de coligação progressista com Unidos Podemos promoverá medidas para aumentar o valor das rendas mais baixas, perante a crescente desigualdade resultante da crise, que “é corrosiva”.
Naquele que é o primeiro dia de debate de investidura, o candidato socialista apontou a necessidade de redistribuir a riqueza e de que exista “justiça fiscal”, já que o “dinheiro nem sempre é melhor no bolso daqueles possuem uma fortuna, mas nos serviços públicos”.
Sánchez chamou a si o tradicional discurso do Podemos, ao defender o público face ao privado: “Nas escolas públicas, nos hospitais, nas estradas que nos ligam ou nas esquadras e tribunais que garantem os direitos e as liberdades”.
Sanchez assinalou que a desigualdade “é corrosiva para o progresso e é preciso aumentar os rendimentos mais baixos”.
Ao mesmo tempo, apontou: “Somos uma sociedade e é falsa a conceção neoliberal que apenas tem em consideração os indivíduos. O público é o que nos une”.
“Os símbolos são importantes para os seres humanos, mas para nós são a educação ou as pensões e os impostos que pagamos para custear todos os serviços públicos”, disse, depois de insistir que a direita e a esquerda não fazem distinção entre os idosos, e, por isso, prometeu “renovar o Pacto de Toledo e revalorizar as pensões em função do custo de vida”.
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