O que sabemos até agora
O incêndio que começou em Pedrógão Grande, Leiria, e durante uma semana atingiu vários concelhos na região centro, fez 64 mortos e mais de 250 feridos. A área ardida nos concelhos de Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Alvaiázere, Penela e Góis foi, segundo números provisórios, um recorde - mais de 53 mil hectares. As imagens e as notícias dos incêndios correram mundo.
Número de mortos e feridos
O número de vítimas foi o mais elevado dos últimos anos: 64 mortos e mais de 250 feridos. Entre os 64 mortos, um deles era bombeiro, da corporação de Castanheira de Pera. Os restantes eram habitantes da região e alguns visitantes. Só na estrada 236 morreram, 47 pessoas, que passavam de carro quando foram atingidos pelas chamas.
Há ainda mais de 250 feridos, entre eles quatro bombeiros, de Castanheira de Pera, com prognóstico reservado.
Bombeiros e meios de combate às chamas
Foram milhares os bombeiros de todo o país, de Norte a Sul, que, ao longo da semana passada, combateram as chamas em Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Alvaiázere, Penela, Góis e Pampilhosa da Serra. Chegaram a ser cerca de 3.000 num só dia, apoiados por helicópteros e aviões, enviados por França, Espanha e Marrocos.
As causas dos incêndios
As causas concretas não foram ainda apuradas. No domingo, horas depois do início do incêndio, a Polícia Judiciária chega a admitir que trovoadas secas estiveram na origem dos incêndios, mas as dúvidas permanecem.
Estão a decorrer várias investigações, incluindo do Ministério Público, para se apurarem as causas do fogo.
Prejuízos
Só em Pedrógão Grande havia, até segunda-feira, mais de 200 habitações totalmente destruídas pelo incêndio, segundo o presidente da câmara, Valdemar Alves. O município de Pedrógão estimava a perda de pelo menos 200 postos de trabalho.
Há ainda um número indeterminado de postos de trabalho perdidos ou em risco nos concelhos afetados pelos fogos.
No terreno, e desde segunda-feira, há equipas que vão fazer, até ao fim do dia de hoje, o levantamento dos prejuízos.
Área ardida: 53 mil hectares
Os cinco grandes incêndios na região Centro do país consumiram cerca de 53 mil hectares, segundo dados provisórios divulgados à Lusa pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF), a 23 de junho.
SIRESP e a falhas de comunicações
O SIRESP, o Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal, é um dos “dossiers” mais delicados após a extinção dos incêndios. Houve ou não falhas de comunicação que dificultaram as operações de socorro nos primeiros dias de combate às chamas?
Se inicialmente vários responsáveis da Proteção Civil relativizaram os problemas, nos últimos dias as informações multiplicaram-se e o problema avolumou-se.
O primeiro-ministro pediu esclarecimentos e a Autoridade Nacional de Proteção Civil fez um relatório em que assume falhas na rede SIRESP, de sábado a terça-feira, mas alega que foram supridas por "comunicações de redundância".
Um relatório da Autoridade Nacional de Proteção Civil dos primeiros dias do combate às chamas descreve graves problemas de comunicações e dificuldades na assistência a pedidos de socorro.
A entidade operadora do SIRESP alegou que “não houve interrupções no funcionamento da rede” do sistema de comunicações durante o incêndio, mas admitiu que se registaram “situações de saturação”.
A estrada nacional 236
Na estrada nacional 236, junto a Pedrógão Grande, morreram, na tarde de sábado, 47 pessoas que seguiam em automóveis, surpreendidas pelo fogo.
Uma das interrogações que se coloca é por que motivo as autoridades, a GNR, não fecharam mais cedo a “estrada da morte”, como já ficou conhecida.
Numa entrevista à TVI, três dias depois de começarem os incêndios, em 20 de junho, o primeiro-ministro reconheceu que nenhuma força deu a ordem para cortar a circulação naquela via, depois de receber uma resposta da parte da GNR.
Para António Costa, a resposta da GNR “corresponde à descrição do dramatismo e da rapidez com que tudo aconteceu naqueles 400 metros daquela estrada”.
O que aconteceu e como aconteceu
17 de junho, sábado:
14:43 – Alerta de incêndio na localidade de Escalos Fundeiros, Pedrógão Grande. Uma testemunha, citada pelo Expresso, tirou uma fotografia às 14:38, que já mostra fogo e fumo. Ao longo dos próximos dias, este fogo irá alastrar-se aos concelhos de Castanheira de Pera, Figueiró dos Vinhos (também em Leiria), Sertã (Castelo Branco) e Pampilhosa da Serra (Coimbra).
14:52 – Alerta de incêndio na localidade de Fonte Limpa, no concelho de Góis. Este fogo irá nos próximos dias alastrar-se aos concelhos de Pampilhosa da Serra e Arganil, também no distrito de Coimbra.
18:48 – Segundo os bombeiros e a GNR, várias habitações estão em risco na vila de Pedrógão Grande.
19:22 – Segundo o “site” da Proteção Civil, o incêndio de Pedrógão está, a esta hora, a ser combatido por 174 operacionais, 52 viaturas e três meios aéreos.
19:34 – A GNR informa a Lusa que o Itinerário Complementar 8 (IC8), entre o nó da zona industrial de Pedrógão Grande e o nó do Outão, está cortado ao trânsito desde as 19:00.
19:45 – Detetadas falhas de comunicações no SIRESP.
21:12 – SIRESP informa sobre a queda de três estações da rede de comunicações (Serra da Lousã, Malhadas e Pampilhosa da Serra). Às 21:29, a ANPC pede que o SIRESP utilize estações móveis. Uma das carrinhas está inoperacional e uma segunda em reparação.
23:30 – Segundo a página na Internet da Proteção Civil, o incêndio que lavra desde as 14:43 em Escalos Fundeiros envolve um total de 488 bombeiros e 160 viaturas.
23:23 – A Lusa notícia que casas ardidas, “alguns feridos” e localidades sem luz são algumas das consequências do incêndio em Pedrógão Grande, que, a esta hora, já se tinha estendido a Figueiró dos Vinhos.
23:47 – A agência Lusa noticia que 19 pessoas morreram no incêndio, citando o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes. Há cerca de 20 feridos contabilizados, mas o número foi aumentando ao longo das horas e dias seguintes.
18 de junho, domingo:
00:35 – O primeiro-ministro, António Costa, afirma, em Lisboa, que o incêndio em Pedrógão Grande "é seguramente a maior tragédia" em Portugal nos últimos anos. E expressa as suas condolências às famílias que perderam familiares.
00:40 – O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, chega ao posto de comando dos bombeiros, em Pedrógão Grande.
01:20 - O Presidente da República dá uma palavra de ânimo e conforto aos que continuam a combater o incêndio de Pedrógão Grande e diz que “o que se fez foi o máximo que se podia fazer”.
01:40 – Governo anuncia ativação do plano de emergência distrital em Leiria.
02:03 – A ministra da Administração Interna afirma que este “momento é de dor e de pesar”. Há 380 bombeiros no combate ao incêndio e a ministra Constança Urbano de Sousa anuncia que estão mais 120 a caminho.
02:27 – Número de mortos é atualizado para 24 pelo primeiro-ministro.
03:15 - O primeiro-ministro afirma que o incêndio terá sido causado por trovoadas secas e que as vítimas estavam todas numa única estrada ou nas suas imediações. Vai ser decretado luto nacional.
03:30 – “Há diversas povoações a arder em todo o concelho e as chamas estão a cercar a vila [de Figueiró dos Vinhos]”, descreve à Lusa a vereadora da Câmara Municipal de Figueiró dos Vinhos Marta Fernandes.
04:00 – Incêndio está a ser combatido por 593 operacionais, apoiados por 191 viaturas e cinco máquinas de rasto.
04:10 – Sobe para 25 número de mortos.
04:05 - O comandante operacional da Proteção Civil nacional, Rui Esteves, garante que os meios de combate a incêndios enviados para Pedrógão Grande foram os adequados, mas as trovoadas secas eram imprevisíveis.
07:00 – Número de mortos sobe para 39.
08:30 – Sobe para 43 o número de vítimas mortais.
09:30 - Diretor nacional da Polícia Judiciária (PJ), Almeida Rodrigues, diz à Lusa que o incêndio de Pedrógão Grande teve origem numa trovoada seca, afastando qualquer indício de origem criminosa.
10:00 – Novo balanço do número de vítimas: 57 mortos.
10:05 - Seleção portuguesa de futebol solidariza-se com vítimas do fogo e Federação Portuguesa de Futebol determina que será cumprido um minuto de silêncio nos jogos do fim de semana.
10:40 - Partido Ecologista "Os Verdes" expressa pesar às famílias das vítimas do incêndio em Pedrógão Grande e concelhos vizinhos, afirmando esperar que a ajuda internacional chegue rapidamente para que o fogo seja extinto.
11:00 - Presidente da Comissão Europeia expressa o seu “profundo pesar” ao povo português e ao Presidente da República pela tragédia em Pedrógão Grande e outros concelhos vizinhos. O Governo recebe também mensagens de pêsames dos líderes de Espanha, França e Grécia.
12:00 - Aumenta para 58 o número de mortos. Partidos cancelam as suas iniciativas no fim de semana.
- O papa Francisco reza pelos mortos e feridos no incêndio em Pedrógão Grande.
12:20 - O secretário-geral do PCP manifesta profundo pesar pelas vítimas do incêndio e defende que são necessárias "medidas de exceção" e canalizar meios para evitar novas tragédias.
13:00 – Número de mortos sobre para 62. Há, ainda, 54 feridos. Mais tarde, é corrigido para 61 o número de vítimas mortais.
- Presidente Marcelo Rebelo de Sousa suspende a sua agenda até terça-feira.
14:00 – Dois aviões de combate aos incêndios de Espanha chegam a Portugal e outros três, de França, são esperados ainda hoje.
16:20 - Três aldeias são evacuadas devido ao incêndio em Pedrógão Grande.
19:50 - É decretado pelo Governo três dias de luto nacional pelas vítimas do incêndio no distrito de Leiria. Bandeiras nacionais a meia haste nos edifícios oficiais.
20:30 – O Presidente da República apela, numa declaração no Palácio de Belém, em Lisboa, à união do país nesta "hora de dor, mas também de combate", e pede aos portugueses que guardem no imediato as interrogações que os angustiam sobre o incêndio no distrito de Leiria.
20:50 - O secretário-geral das Nações Unidas, António Guterres, manifesta pesar pelas vítimas dos incêndios em Portugal, dizendo-se "chocado" com a tragédia, e disponibiliza o apoio daquela entidade, "no que for possível".
21:00 - Várias casas da freguesia de Maçãs de Dona Maria, concelho de Alvaiázere, distrito de Leiria, encontram-se ameaçadas pelo incêndio, que voltou a alastrar, e três localidades estão a ser evacuadas.
23:05 - Número de mortos confirmados aumenta para 62.
Ministra da Administração Interna apela à paragem da doação de alimentos, “dado a vaga de solidariedade estar a criar problemas logísticos”. Questionada sobre uma eventual demissão, Constança Urbano de Sousa frisa que este "não é o momento": "Este é o momento para agir e para encontrar soluções para um problema. É isso que estou aqui a fazer."
19 de junho, segunda-feira:
01:00 - Ministério Público abre inquérito criminal para determinar as causas do incêndio que começou em Pedrógão Grande.
00:40 – Três aldeias da freguesia de Maçãs de Dona Maria, Alvaiázere, Leiria, foram evacuadas e estão, a esta hora, ameaçadas e “numa situação muito delicada”, segundo a presidente da câmara, Célia Marques.
04:45 - Dez pessoas, três das quais acamadas, são retiradas de casa pelos bombeiros na aldeia de Aguda, Figueiró dos Vinhos, devido ao incêndio na região.
08:30 - Mais de 2.150 operacionais, auxiliados por 662 veículos e dez meios aéreos combatem seis grandes incêndios nos distritos de Leiria, Coimbra, Castelo Branco e Bragança, segundo a Proteção Civil.
12:00 - O Itinerário Complementar 8 (IC8) volta a ser cortado ao trânsito, na zona de Alvaiázere, distrito de Leiria, devido aos incêndios.
13:00 - Líder do PSD, Pedro Passos Coelho, defende que não se podem desdramatizar as consequências do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande e que ainda é cedo "para fazer uma avaliação política", mas alertou que esse momento chegará.
13:30 – Marcelo Rebelo de Sousa desloca-se ao Posto de Comando de Avelar, concelho de Ansião, distrito de Leiria. Reúne-se com a ministra da Administração Interna e apela à concentração no combate ao fogo e no apoio às vítimas, sem atender a “mais frentes” como as causas ou meios empregados no terreno.
14:30 – Presidente inicia uma visita às zonas afetadas – Penela, Alvaiázere, Figueiró dos Vinhos, Cernache do Bonjardim e Góis. A meio da tarde, é conhecida a morte de um bombeiro de Castanheira de Pera, localidade que Marcelo visita ao fim do dia.
14:48 – Os incêndios fizeram 135 feridos, entre os quais 121 civis, 13 bombeiros e um militar da GNR. Último balanço oficial aponta para 62 mortos.
16:39 - O número de mortos nos incêndios aumenta para 63, segundo o presidente da Liga dos Bombeiros Portugueses.
17:08 - Os incêndios florestais consumiram até 15 de junho 15.184 hectares, uma área ardida quase 12 vezes superior ao mesmo período de 2016, revela o Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF). Este número não inclui os incêndios de Pedrógão Grande.
17:40 - O vice-presidente da Comissão Europeia Jyrki Katainen admite que a União Europeia pode comparticipar até 95% as despesas de reconstrução na sequência dos mortíferos incêndios no centro de Portugal.
19:00 - O incêndio florestal iniciado em Pedrógão Grande já consumiu quase 26.000 hectares de floresta, segundo o Sistema Europeu de Informação de Incêndios Florestais (EFFIS). Esta área representa três vezes a dimensão de Lisboa (8.500 hectares) e seis vezes a do Porto (4.200 hectares).
A conjugação "pouco habitual" de fatores meteorológicos adversos e com "grande imponderabilidade" de previsão da localização levou ao incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande, informou o Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA).
20:15 - O número de mortos no incêndio sobe para 64.
23:00 – O Governo pede explicações a várias entidades, como o IPMA, GNR e SIRESP sobre o que se passou durante o fim de semana dos incêndios, anuncia, na RTP, o secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes.
20 de junho, terça-feira:
01:15 - A maioria das localidades de Figueiró dos Vinhos já conta com a reposição de água e luz, segundo a câmara municipal.
04:00 - A aldeia de Braçal, no concelho de Pampilhosa da Serra, é evacuada "por precaução", retirando 15 pessoas daquela localidade, segundo fonte do Comando Distrital de Operações de Socorro (CDOS) de Coimbra.
08:30 – A presidente da Câmara de Góis, Lurdes Castanheira, admite que a situação dos incêndios no concelho é grave e pode ser gravíssima. Centenas de bombeiros combatem as chamas desde a madrugada. Durante a manhã, são evacuadas três aldeias e um lar de idosos na aldeia de Cabreira.
09:00 - O combate ao incêndio de Pedrógão Grande continua a evoluir favoravelmente e o fogo pode ficar dominado até ao final da manhã, segundo o comandante operacional da Proteção Civil, Vítor Vaz Pinto.
12:00 - O Presidente da República visita o Centro Hospitalar e Universitário de Coimbra (CHUC), tendo declarado "gratidão" à unidade e visitado vários feridos resultantes do incêndio em Pedrógão Grande.
12:20 - O primeiro-ministro assina um despacho em que pede esclarecimento urgente sobre o funcionamento da rede SIRESP no incêndio de Pedrógão Grande e sobre os motivos da ausência de encerramento da Estrada Nacional 236-1, onde ocorreu um elevado número de mortes.
14:58 - Onze aldeias de Góis são evacuadas devido ao incêndio. Às 16:30, são já 27 as aldeias de onde foram retirados os habitantes por precaução.
15:30 - O número de incêndios em Portugal aumenta desde a manhã de 12, às 09:30, para 40, às 15:30. Estão mobilizados 2.816 operacionais, auxiliados por 928 viaturas e 24 meios aéreos, segundo a Proteção Civil.
17:00 - O PSD propôs uma comissão técnica independente para apurar com detalhe o que se passou no incêndio que começou em Pedrógão Grande.
18:30 - Centenas de pessoas, emocionadas, acompanham em Sarzedas de S. Pedro, Castanheira de Pera, o funeral das primeiras seis vítimas do incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande.
20:00 - O secretário de Estado da Administração Interna, Jorge Gomes, nega a queda de qualquer avião de combate a incêndios ao serviço da Autoridade Nacional de Proteção Civil (ANPC), noticiada por vários órgãos de informação durante a tarde.
22:00 - O primeiro-ministro, António Costa, diz, em entrevista à TVI, não ter evidência de que tenha havido falhas no combate aos incêndios, que já fizeram 64 mortos, e garantiu manter a confiança na ministra da Administração Interna e em toda a cadeia de comando.
21 de junho, quarta-feira:
01:20 - O presidente da Câmara de Figueiró dos Vinhos, Jorge Abreu, estima que tenha ardido cerca de 75% da área florestal do concelho.
Durante a madrugada - As aldeias de Saião, Salgado e Mimosa, no concelho de Góis (Coimbra) foram "completamente evacuadas", segundo a GNR.
08:00 - A Estrada Nacional 236, cortada em dois troços nos concelhos de Castanheira de Pera, distrito de Leiria, e Lousã, em Coimbra, onde morreram mais de 40 pessoas, reabre ao trânsito.
Marcelo Rebelo de Sousa defende, em declarações ao Expresso, que o parlamento deve aprovar, antes das férias de verão, um pacote legislativo para a floresta (propostas do Governo e projetos do BE) para responder aos problemas levantados pelo incêndio de Pedrógão Grande.
13:00 - O Presidente da República, os ministros da Administração Interna e das Infraestruturas, autarcas e outros governantes cumprem, junto à Câmara Municipal de Pedrógão Grande, um minuto de silêncio pelas vítimas do incêndio que deflagrou no sábado neste concelho.
Na Assembleia da República, o presidente do parlamento, Ferro Rodrigues, o primeiro-ministro, António Costa, outros governantes e os deputados cumprem um minuto de silêncio nas escadarias do Palácio de São Bento.
14:58 - O PS afirma à Lusa que está disponível para viabilizar a proposta do PSD referente à criação de uma comissão técnica independente. CDS-PP apoia a iniciativa. PCP e BE têm dúvidas.
15:00 – A Assembleia da República faz uma sessão solene de homenagem às vítimas dos incêndios e aprova, por unanimidade, um voto de pesar. É respeitado um minuto de silêncio.
15:30 - O ministro do Planeamento e das Infraestruturas anuncia que vão ser constituídas equipas nos municípios afetados pelo incêndio que deflagrou em Pedrógão Grande, coordenadas pelo Governo, para, no máximo de dez dias, fazer o levantamento completo dos prejuízos, numa visita às áreas afetadas.
16:33 – Comandante operacional, Vítor Vaz Pinto, anuncia que o incêndio que deflagrou no sábado em Pedrógão Grande está dominado.
17:30 – Presidente da República, primeiro-ministro, presidente do parlamento e líderes de todos os partidos com assento parlamentar participam, em Castanheira de Pera, no funeral do bombeiro que morreu no combate ao incêndio de Pedrógão Grande.
19:35 – São divulgadas as respostas do IPMA e da GNR às questões colocadas pelo primeiro-ministro.
O Instituto Português do Mar e da Atmosfera (IPMA) considera que a "dinâmica" gerada pela conjugação entre incêndio e instabilidade climatérica, em Pedrógão Grande, gerou no terreno condições excecionais para a propagação das chamas.
O Comando Geral da GNR responde que a Estrada Nacional 236-1, onde ocorreu um elevado número de mortes no dia 17, foi atingida no incêndio de Pedrógão Grande de forma "inesperada e assustadoramente repentina, surpreendendo todos", vítimas e Guarda.
20:30 – Em Góis, há duas frentes de fogo ativas, mas os bombeiros afirmam que o combate às chamas está em evolução favorável.
23:00 - Os principais incêndios florestais que deflagraram nos concelhos de Pedrógão Grande (Leiria) e Góis (Coimbra) são combatidos por mais de 2.300 operacionais, apoiados por 854 meios terrestres, segundo o “site” da Proteção Civil.
22 de junho, quinta-feira:
Durante a madrugada os bombeiros afirmam esperar controlar, durante o dia, o incêndio em Góis. Todas as estradas do concelho, algumas das quais foram cortadas devido ao fogo, estão agora abertas.
07:41 – Segundo o comandante operacional, Carlos Tavares, o fogo que deflagrou em Góis, no distrito de Coimbra, está dominado desde as 07:41.
12:01 - A Santa Casa da Misericórdia de Pedrógão Grande alerta para “informações falsas” a circular relativas a donativos monetários e à doação de bens, sugerindo que quem quiser ajudar contacte diretamente a instituição.
12:45 - Governo tem “total abertura” para comissão independente pedida por PSD, anuncia o primeiro-ministro. António Costa defende ser esta a altura para fazer a "reforma há muito adiada da floresta", mas ressalvou que não produzirá resultados "num mês, num ano ou em dois anos". Parlamento tem, há meses, várias propostas em apreciação.
13:00 - As seguradoras criam fundo especial de 2,5 milhões de euros para apoio extraordinário aos familiares dos 64 mortos do incêndio de Pedrógão Grande.
15:00 - A procuradora-geral da República (PGR), Joana Marques Vidal, afirma que o Ministério Público está, desde o início, "no teatro de operações" para investigar as causas do incêndio que começou em Pedrógão Grande.
19:30 – Incêndio de Góis em fase de rescaldo.
23 de junho, sexta-feira:
14:00 - "Os Verdes" (PEV) anunciam que o tema da sua interpelação ao Governo, agendada para a próxima sexta-feira no parlamento, será sobre a "floresta e desertificação do mundo rural".
18:30 - Os cinco grandes incêndios que deflagraram no sábado na região Centro do país (Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Alvaiázere, Penela e Góis) consumiram quase 53 mil hectares, segundo dados provisórios divulgados à Lusa pelo Instituto da Conservação da Natureza e das Florestas (ICNF).
20:15 – É divulgada a resposta a António Costa da Autoridade Nacional de Proteção Civil. A ANPC assume falhas na rede SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal), entre sábado e terça-feira, no teatro de operações de combate ao incêndio de Pedrógão Grande, mas alega que foram supridas por "comunicações de redundância".
23:15 - O primeiro-ministro assina um despacho ordenando à ministra da Administração Interna que providencie junto da Secretaria-Geral do seu ministério um "cabal esclarecimento" sobre as falhas ocorridas na rede SIRESP.
24 de junho, sábado:
13:00 - O incêndio que deflagrou em Góis e que consumiu mais de 20 mil hectares é dado como extinto às 13:00, segundo o comandante operacional Carlos Tavares.
Durante a tarde - O incêndio de Pedrógão Grande é dado como extinto, também uma semana depois de ter deflagrado, segundo fontes da Proteção Civil.
25 de junho, domingo:
00:00 - Ministra da Administração Interna afirma, em entrevista à TSF e DN, que tirará "as devidas ilações” caso a comissão de peritos independentes que vai investigar o incêndio de Pedrógão Grande conclua que houve falha dos serviços que tutela.
Líder do PSD afirma que “não vale a pena acenar com caça às bruxas”, que tinha sido aludida pela ministra na entrevista ao DN e à TSF, quanto à tragédia de Pedrógão Grande e defendeu que o Estado deve ter “uma ação consequente de reparação do que se passou”.
Secretário-geral do PCP recusa "julgamentos prévios" de responsabilidades acerca do incêndio de Pedrógão Grande, defendendo a prioridade no auxílio às populações e uma investigação da qual resultará, "com certeza, uma apreciação política".
26 de junho, segunda-feira:
O presidente do PSD disse, em Castanheira de Pera, que o Estado falhou no apoio psicológico às vítimas do incêndio de Pedrógão Grande, adiantando ter tido conhecimento de que um suicídio ocorreu por falta desse apoio. PS critica “aproveitamento emocional”. Provedor da Santa Casa de Pedrógão Grande assume que deu informação errada a Passos Coelho, que ao fim do dia pede desculpas por ter usado uma informação não confirmada.
À noite, a ministra da Administração Interna pede um estudo independente ao funcionamento do SIRESP (Sistema Integrado de Redes de Emergência e Segurança de Portugal) e uma auditoria pela Inspeção-Geral da Administração Interna à Secretaria-Geral Administração Interna.
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