O cantor e compositor Lata Gouveia, o grupo Fado Vivo ou o DJ cabo-verdiano Pingusso são alguns dos músicos residentes no Luxemburgo que aceitaram participar gratuitamente na festa popular ao ar livre, cujos lucros revertem a favor das vítimas dos incêndios na região de Leiria, disse à Lusa fonte da organização.
"Luxemburgo apoia Pedrógão Grande" é o lema adotado pela iniciativa, formada por associações portuguesas como o Centro de Apoio Social e Associativo (CASA), a Confederação da Comunidade Portuguesa no Luxemburgo (CCPL) ou a associação da Bairrada.
As associações também têm estado a recolher donativos numa conta bancária aberta para esse fim, que conta para já com um depósito de 1.052 euros, disse a mesma fonte.
"Os bens, neste momento, não são necessários, porque já há problemas de armazenamento em Portugal. Neste momento o principal é a recolha de fundos para ajudarmos a pôr aquelas casas de pé, e estou convencido que a comunidade portuguesa no Luxemburgo não vai ficar de braços cruzados nesta iniciativa que diz respeito a todos", disse José Trindade, presidente do CASA, uma das associações fundadoras do movimento de solidariedade.
Além do concerto solidário, que decorre das 12h às 20h na praça Guillaume, em pleno centro da capital luxemburguesa, o movimento "Luxemburgo apoia Pedrógão Grande" vai continuar a recolher donativos nas festas das associações que já estavam agendadas, frisou o presidente do CASA.
O dirigente associativo disse à Lusa que há muitos imigrantes no Luxemburgo com família na região afetada pelos incêndios, e que estes têm contactado as associações para "ajudar as famílias".
O concerto segue-se a outras ações solidárias de imigrantes portugueses no Luxemburgo.
Um grupo de imigrantes criou em 18 de junho a página "Ajuda a Portugal", na rede social Facebook, para recolher bens de primeira necessidade, tendo enviado dois camiões com medicamentos, roupa e produtos de higiene para ajudar as vítimas dos incêndios em Pedrógão Grande.
A página "Ajuda a Portugal" também anunciou que vai continuar a recolher donativos, agora em dinheiro, através da associação luxemburguesa "Let'z Help", que se ofereceu para ajudar.
Dois grandes incêndios começaram no dia 17 de junho em Pedrógão Grande e Góis, tendo o primeiro provocado 64 mortos e mais de 200 feridos. Foram extintos uma semana depois.
Estes fogos terão afetado aproximadamente 500 habitações, 169 de primeira habitação, 205 de segunda e 117 já devolutas. Quase 50 empresas foram também afetadas, assim como os empregos de 372 pessoas.
Os prejuízos diretos dos incêndios que começaram na região Centro no dia 17 de junho, nomeadamente em Pedrógão Grande e Góis, ascendem a 193,3 milhões de euros, estimando-se em 303,5 milhões o investimento em medidas de prevenção e relançamento da economia.
Os dados constam do relatório elaborado pela Comissão de Coordenação e Desenvolvimento Regional do Centro que foi apresentado às sete Câmaras afetadas pelos incêndios: Pedrógão Grande, Figueiró dos Vinhos, Castanheira de Pera, Penela, Sertã, Pampilhosa da Serra e Góis.
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