O novo balanço foi feito em conferência de imprensa em Genebra, por uma porta-voz da OMS, Margaret Harris.

O diretor-geral da OMS, Tedros Adhanom Ghebreyesus, advertiu na quinta-feira que foram noticiados vários ataques a instalações de saúde, algumas das quais ocupadas por combatentes, muitas delas sem acesso a eletricidade, alimentos, água e material médico.

Numa conferência de imprensa em Genebra, o porta-voz do Fundo das Nações Unidas para a Infância (Unicef), James Elder, advertiu que milhões de crianças sudanesas estão em risco devido à escalada do conflito.

“O Sudão já tinha uma das mais altas taxas de desnutrição infantil do mundo, e agora o conflito perturbou a ajuda a 50.000 crianças com este problema”, advertiu Elder.

Por seu lado, o Alto-Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados (ACNUR), anunciou esta semana que entre 10.000 e 20.000 pessoas, na sua maioria mulheres e crianças, já fugiram da região de Darfur do Sudão para o vizinho Chade, que anteriormente acolhia cerca de 400.000 refugiados do Sudão.

Os confrontos eclodiram em 15 de abril devido a divergências sobre a reforma do exército e a integração das Forças de Apoio Rápido (RSF, na sigla em inglês) no exército, parte do processo político para a democracia no Sudão após o golpe de Estado de 2021.

O golpe de Estado foi realizado conjuntamente pelo chefe do exército sudanês, Abdel Fattah al-Burhan, e pelo líder do grupo paramilitar, Mohamed Hamdan Dagalo, conhecido como “Hemedti”, que agora protagonizam os confrontos.

O secretário-geral da ONU, António Guterres, apelou na quinta-feira a uma trégua imediata de pelo menos três dias no país africano.

A trégua de 72 horas, que coincide com o fim do Ramadão, foi aceite pelas RSF, mas o exército sudanês ainda não respondeu.