“Até agora 53 pessoas morreram e três ficaram gravemente feridas”, disse a Procuradoria-Geral da República do México em comunicado, citado pela agência France-Presse (AFP), sem precisar a nacionalidade das vítimas.
De acordo com a Proteção Civil do estado de Chiapas, onde se deu o acidente, as vítimas são nacionais da vizinha Guatemala.
Um relatório inicial apontava para 49 mortos e 37 feridos, três dos quais em estado grave, após o acidente perto de Tuxtla Gutierrez, capital do estado sulista de Chiapas, que faz fronteira com a Guatemala.
Os migrantes viajavam amontoados no reboque de um camião, de acordo com as explicações iniciais dadas à imprensa pela Proteção Civil. O veículo, que seguiria com excesso de velocidade, capotou numa curva e embateu contra um muro, segundo contaram testemunhas à Proteção Civil.
O pesado de mercadorias transportava “mais de 100 pessoas de várias nacionalidades”, disse a Comissão Nacional dos Direitos Humanos (CNDH) na Cidade do México, em comunicado.
“De acordo com os testemunhos dos sobreviventes, a maioria são da Guatemala”, precisou o diretor regional da Proteção Civil, Luis Manuel Garcia.
O Presidente da Guatemala, Alejandro Giammattei, prometeu “toda a assistência consular necessária, incluindo repatriamento”, numa mensagem de condolências e solidariedade divulgada na rede social Twitter.
“Lamento profundamente a tragédia causada pelo capotamento de um camião em Chiapas que transportava migrantes centro-americanos. É muito doloroso”, escreveu por sua vez no Twitter o seu homólogo mexicano, Andrés Manuel López Obrador.
O Instituto Nacional de Migração (INM) afirmou, em comunicado, que serão propostos aos sobreviventes “cartões de visitante por razões humanitárias”, além de ajuda humanitária, como alimentação e alojamento.
O INM adiantou que vai coordenar-se com as autoridades locais e federais “para prestar assistência consular, identificar os corpos [e] cobrir as despesas funerárias”.
Bombeiros e ambulâncias foram destacados em massa para o local do acidente. Os feridos foram transportados para hospitais privados e públicos da região.
O acidente teve lugar no estado de Chiapas, porta de entrada para migrantes vindos da América Central, principalmente das Honduras e El Salvador, na esperança de chegarem aos Estados Unidos.
O transporte em camiões é um dos métodos habituais utilizados pelos passadores. Acidentes com veículos pesados de mercadorias que transportam pessoas são comuns no sul do México, onde acontecem operações de tráfico de migrantes.
“São necessários canais alternativos de migração e vias legais para evitar tragédias como esta”, disse a representação mexicana do Alto Comissariado das Nações Unidas para os Refugiados, numa mensagem de condolências.
Tradicional corredor de passagem para os migrantes, o México enfrenta este ano um número recorde de chegadas, não só das Honduras e El Salvador, mas também do Haiti.
De janeiro a outubro, o país registou 108.195 pedidos de asilo, um recorde, de acordo com os últimos números oficiais, citados pela AFP.
Os Estados Unidos têm adotado uma posição dura. No início de outubro, o secretário de Estado norte-americano, Antony Blinken, afirmou que a viagem empreendida pelos migrantes é “profundamente perigosa e não terá sucesso”, durante uma visita à Cidade do México.
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