O município de Penacova, no distrito de Coimbra, “através do Serviço Municipal de Proteção Civil (SMPC), tem vindo a intensificar a prevenção e o combate à praga da vespa velutina”, ação que vai reforçar com “a instalação, na área geográfica do concelho, de 400 armadilhas contendo atrativo açucarado”, afirma a Câmara daquela vila, numa nota enviada hoje à agência Lusa.

As armadilhas fazem parte da “estratégia de combate à vespa velutina definida no âmbito do SMPC”, que vai ainda ficar responsável pela sua manutenção, substituição do atrativo e posterior recolha do mesmo para “prevenir a proliferação de plásticos indesejados no território”, explica o presidente da autarquia, Humberto Oliveira.

“É nossa firme convicção que a constituição de uma equipa para combater especificamente esta problemática, nos permitiu recolher e tratar dados de que não dispúnhamos anteriormente e que hoje são determinantes para que possamos perceber a dimensão desta praga e para que, efetivamente, possamos combatê-la com uma estratégia bem definida e planeada”, sustenta, citado pela Câmara, Humberto Oliveira.

A Câmara de Penacova criou, em 2019, uma equipa multidisciplinar dedicada exclusivamente à vigilância e controlo da vespa velutina no concelho, para, “de forma concertada, trabalhar de perto com os apicultores e ajudar a suprir as suas dificuldades”.

Neste âmbito, em novembro de 2019, durante a Feira do Mel e do Campo, a Câmara de Penacova distribuiu sete toneladas de alimento para abelha, de forma a colmatar as carências verificadas.

O plano de ação para 2020 prevê a “produção de armadilhas destinadas a oferta aos apicultores do concelho, ficando estes responsáveis pela sua manutenção e posterior recolha para reciclagem”, refere a autarquia.

Mas “este trabalho, só faz sentido, se a população e, em particular, os apicultores, reforçarem a rede de armadilhas, bem como a vigilância em relação ao aparecimento, nesta época, de ninhos primários e a partir de junho/julho, para o aparecimento de ninhos secundários”, adverte Humberto Oliveira.

Os serviços do município e, “em particular, o Serviço Municipal de Proteção Civil”, estão alerta, mas são os munícipes quem, “de forma mais eficaz, pode exercer esta vigilância”, comunicando a deteção de ninhos de vespa velutina à respetiva Junta de Freguesia ou à Câmara.

“Este é, efetivamente, um problema de todos e transversal a toda a área geográfica do concelho, à região e ao país, pelo que cada um de nós é igualmente importante nesta vigilância e neste combate”, conclui o autarca.

Também conhecida como vespa asiática, a vespa velutina é uma espécie asiática característica de regiões tropicais e subtropicais do norte da Índia ao leste da China, Indochina e ao arquipélago da Indonésia, sendo a sua existência reportada desde 2011 na região norte de Portugal.

A velutina distingue-se da espécie europeia vespa crabro pela coloração do abdómen, que é predominantemente de cor preta, ao contrário da europeia, onde prevalece a cor amarela.

O Instituto de Conservação da Natureza e das Florestas tem alertado para os efeitos da presença desta espécie não indígena, sobretudo na apicultura, por se tratar de uma espécie carnívora e predadora das abelhas.

A vespa asiática constitui também uma ameaça para a saúde pública, reagindo de modo bastante agressivo quando tem os ninhos ameaçados, "incluindo perseguições até algumas centenas de metros".