“Desde que, há quarenta anos, foram estabelecidas relações diplomáticas, os dois lados aderem aos princípios do respeito, igualdade e benefício mútuo”, afirmou o ministério chinês dos Negócios Estrangeiros, num comunicado enviado à agência Lusa.
A mesma nota destaca o processo de transição de Macau para a soberania chinesa: “Os dois lados resolveram com sucesso a questão de Macau e estabeleceram um exemplo sobre como resolver questões herdadas da História através de consultas amigáveis”.
Macau foi integrado na República Popular da China em 1999, com o estatuto de Região Especial Administrativa, sob a fórmula ‘um país, dois sistemas’, que garante que as políticas socialistas em vigor no resto da China não se aplicam no território, que goza de “um alto grau de autonomia”, à exceção da Defesa e das Relações Externas, que são da competência exclusiva do Governo central chinês.
Pequim lembrou ainda como os dois países ultrapassaram, nos últimos anos, a crise financeira internacional, através do reforço do investimento e comércio.
Desde que, em 2012, a China Three Gorges (CTG) comprou uma participação de 21,35% no capital da EDP, o país asiático tornou-se um dos principais investidores em Portugal, ao comprar participações em grandes empresas das áreas da energia, seguros, saúde e banca, enquanto centenas de particulares chineses compraram casa em Portugal à boleia dos vistos ‘gold’.
Em comunicado, o ministério referiu ainda a visita de Estado do presidente chinês, Xi Jinping, a Portugal, em dezembro passado, que “serviu para definir as coordenadas para o futuro do desenvolvimento da parceria estratégica global”.
“A China atribui grande importância ao desenvolvimento das relações com Portugal e está disposta a trabalhar com Portugal para implementar os importantes acordos realizados durante a visita do presidente Xi Jinping e fortalecer ainda mais os intercâmbios de alto nível entre os dois lados”, lê-se.
O ministério chinês dos Negócios Estrangeiros sublinhou ainda a importância em “aprofundar a confiança política mútua e trabalhar em conjunto para avançar com a iniciativa “Uma Faixa, Uma Rota”.
Lançado em 2013, por Xi Jinping, aquele projeto de infraestruturas internacional inclui a construção de portos, aeroportos, autoestradas, centrais elétricas ou malhas ferroviárias ao longo da Europa, Ásia Central, África e sudeste asiático.
A iniciativa é vista como uma versão chinesa do ‘Plano Marshall’, lançado pelos Estados Unidos, após a Segunda Guerra Mundial, e que permitiram a Washington criar a fundação de alianças diplomáticas e militares que perduram até hoje.
Lisboa tem insistido na inclusão de uma rota atlântica no projeto chinês, o que permitiria ao porto de Sines conectar as rotas do Extremo Oriente ao Oceano Atlântico, beneficiando do alargamento do canal do Panamá.
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