Apesar de esta peregrinação não poder ser vivida nos moldes habituais, vão realizar-se "as principais celebrações na Basílica de Nossa Senhora do Rosário de Fátima, que serão presididas pelo cardeal D. António Marto e transmitidas pelos meios de comunicação social e digital", explica.
O programa da peregrinação ainda não está totalmente decidido, mas já se sabe que, "na noite do dia 12 de maio, será recitado o rosário, com o lucernário, e, no dia 13 de maio, será celebrada a missa internacional".
“É com muita dor e tristeza de alma e coração, mas também com grande sentido de responsabilidade, que neste momento comunico que o Santuário de Fátima irá celebrar a grande Peregrinação Internacional Aniversária de maio sem peregrinos fisicamente presentes, como tem sido habitual”, refere o bispo de Leiria-Fátima, António Marto, numa mensagem de vídeo.
No seu entender, "suspender esta peregrinação de maio nos moldes habituais é um ato de responsabilidade pastoral e também um profundo ato de fé", que comunica "com o coração em lágrimas", por saber da importância deste momento para milhares de peregrinos.
“Peço a todos que compreendam que, em virtude da pandemia e da necessidade de evitar a propagação do vírus, esta é a única decisão sensata e responsável que poderíamos tomar. Não podemos correr riscos! Não podíamos de modo algum permitir que o nosso santuário se tornasse centro ou foco de contágio para o país e para o mundo”, justifica.
No entanto, segundo o santuário, esta peregrinação, "que assinala a primeira aparição de nossa senhora aos três pastorinhos de Fátima (em maio de 1917), será, contudo, transmitida através dos meios de comunicação social, nos moldes habituais, permitindo que milhares de pessoas possam acompanhar as celebrações peregrinando a partir de casa".
O cardeal refere que, mesmo a partir de casa, este momento poderá ser vivido em espírito de peregrinação: "O recinto do santuário estará vazio, mas não deserto. Ainda que separados fisicamente, estaremos todos aqui espiritualmente unidos como Igreja com Maria, de modo intenso, com o coração cheio de fé”.
Segundo o prelado, "não se peregrina só a pé e com os pés ou com a deslocação física", mas também "com a mente e o coração", ou seja, "fazendo uma peregrinação interior na busca de luz e de verdade, de regeneração e de cura, de conforto espiritual e de paz".
António Marto lamenta que os mais de 180 grupos inscritos até ao início da pandemia se tenham visto obrigados a cancelar a peregrinação e lembra que a alteração da forma de celebração também representa para o santuário “um momento muito difícil, porque não pode acolher peregrinos, que são a razão de ser deste grande hospital de campanha que ajuda a sarar tantas feridas".
“Não poderemos peregrinar em maio, mas poderemos fazê-lo noutra altura. Aliás, devemos fazê-lo noutra altura em ação de graças”, defende.
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