Segundo um comunicado da PJ, "a investigação efetuada permitiu desmontar um esquema fraudulento de aquisição e venda de artigos diversos através da internet (OLX), que lesou dezenas de pessoas, desde fevereiro de 2018, em valores que rondam os cinquenta mil euros".
"Após colocarem os artigos à venda no `site´ OLX, os lesados receberam no seu telemóvel uma mensagem escrita de um suposto interessado, alegando que pretendia efetuar o pagamento através da aplicação MBWay", refere o comunicado.
Segundo a PJ, desconhecendo o funcionamento da aplicação e convencidos de que se tratava de transações legítimas, os lesados ativaram o referido serviço MBWay com o número de telemóvel e o código fornecidos pela alegada autora da burla, que assim ficou na posse dos elementos necessários para efetuar vários movimentos fraudulentos na conta bancária das vítimas.
A PJ refere ainda que, em vez do pagamento dos artigos que se propunha comprar, a mulher suspeita, que deverá ser hoje presente a primeiro interrogatório judicial, fez diversos levantamentos em numerário e débito na conta dos lesados.
A diretora de comunicação da SIBS, Sociedade Interbancária de Serviços, empresa que congrega todos os bancos que operam em Portugal, já se congratulou com a detenção da mulher suspeita da fraude cometida com recurso à aplicação MBWay, mas garante que a "plataforma é segura" e lembra que "cabe aos utilizadores a salvaguarda dos seus dados bancários".
"Neste caso, houve um aproveitamento do desconhecimento de algumas pessoas sobre o funcionamento da plataforma MBWay, o que as levou a adicionarem um número de telemóvel que não lhes pertencia", disse à agência Lusa Maria Antónia Saldanha.
"Adicionar um número de telemóvel de terceiros ao MBWay é a mesma coisa que publicar o código PIN do cartão multibanco num espaço público ou numa rede social na internet", acrescentou.
Em comunicado divulgado na sequência da detenção efetuada pela Polícia Judiciária de Setúbal, a SIBS lembra também que os utilizadores "não devem adicionar, nem permitir que adicionem à sua conta ou cartão bancário, um número de telemóvel que desconhecem, quer seja através do Multibanco, quer seja através do `homebanking´".
O comunicado refere ainda que nem as operadoras de telefone nem os bancos solicitam aos clientes, telefonicamente ou por `mail´, que adicionem à sua conta bancária um número de telemóvel e que, se tal acontecer, as pessoas devem alertar de imediato o seu banco.
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