Em comunicado, a PJ referiu que a produção clandestina “se desenvolvia em instalações industriais desativadas”, acrescentando que a operação decorreu no âmbito de uma “investigação por tráfico de estupefaciente, fraude fiscal e branqueamento de capitais”, em cooperação com a Polícia Marítima de Faro e a Unidade de Controlo Costeiro da GNR de Olhão.

A Judiciária adiantou, na nota, que as instalações clandestinas se situavam num “polígono industrial da cidade de Faro”, mas uma fonte policial precisou à agência Lusa que a unidade funcionava na “zona do cais comercial de Faro”.

“Após semanas de investigação, foi possível recolher indícios que permitiram concluir a existência de uma relação desta unidade com o tráfico de droga”, disse a mesma fonte à Lusa.

A PJ referiu que foram identificadas quatro pessoas, “de nacionalidade espanhola, conotadas com o fabrico e o transporte das embarcações”.

Foram também apreendidas “três embarcações semirrígidas, com aproximadamente 12 metros de comprimento, de cor preta, duas delas em processo final de construção e uma em formato modular”, assim como “diversa matéria-prima e ferramentas adequadas ao seu fabrico”.

“A produção desenvolvia-se em total clandestinidade, sem qualquer registo, alvará ou autorização e constitui facto inédito na região”, realçou ainda a mesma fonte.

Lanchas seriam transportadas em camiões para fora do país

Em conferência de imprensa hoje à tarde no local onde foram apreendidas três embarcações, as autoridades disseram suspeitar que as embarcações tivessem como finalidade o tráfico de droga, sendo que cada uma teria capacidade para transportar três toneladas de haxixe.

"Segundo presumimos, saíam daqui em camiões e eram lançadas à água fora de Portugal", disse aos jornalistas o responsável pela diretoria do Sul da Polícia Judiciária (PJ), António Madureira, reconhecendo tratar-se de uma situação "atípica" que o deixou "surpreendido".

De acordo com o comandante do destacamento de Olhão da Unidade de Controlo Costeiro (UCC) da GNR, que também colabora na investigação, Nuno Marinho, "poderia haver a tentativa de colocar uma embarcação destas na água", mas, caso os envolvidos na operação o fizessem, seriam detetados pelas autoridades.

Segundo António Madureira, a investigação, que culminou no desmantelamento da unidade e na identificação de quatro cidadãos espanhóis, já durava "há algumas semanas", estando em causa possíveis "atos preparatórios" de um crime de tráfico de estupefacientes, fraude fiscal e branqueamento de capitais.

"Encontrámos aqui pessoas a laborar, mas o que vai acontecer dependerá do desenrolar da investigação, que está ainda numa fase inicial", referiu António Madureira, sublinhando que ainda vai ser aferida a eventual responsabilidade criminal das pessoas envolvidas na construção das embarcações.

[Notícia atualizada às 17h07]

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