Os presidentes das câmaras de Santo Tirso, Joaquim Couto, e de Barcelos, Miguel Costa Gomes, são os autarcas detidos hoje por corrupção, tráfico de influência e participação económica em negócio, disse à Lusa fonte da Polícia Judiciária. A mulher de Joaquim Couto, de 48 anos, é administradora da W Global Communication (antiga Mediana) e foi uma das cinco pessoas detidas em outubro de 2018 pela PJ no âmbito da Operação Éter por crimes económicos associados da Turismo do Porto e Norte de Portugal (TPNP). Foi também detido o presidente do Instituto Português de Oncologia do Porto, Laranja Pontes, de 68 anos.

Em comunicado, a Diretoria do Norte da PJ explica que a detenção está relacionada com “negócio no âmbito de contratação pública” e resulta de “inquérito titulado pelo Ministério Público – Departamento de Investigação e Ação Penal (DIAP) do Porto”.

Foi hoje realizada uma "operação policial de buscas domiciliárias e não domiciliárias, em autarquias, entidades públicas e empresas, relacionadas com a prática reiterada de viciação de procedimentos de contratação pública, com vista a favorecer pessoas singulares e coletivas, proporcionando vantagens patrimoniais", segundo a PJ.

No âmbito da operação foram detidas 4 pessoas com idades compreendidas entre os 48 anos e os 68 anos.

A investigação, centrada nas autarquias de Santo Tirso, Barcelos e Instituto Português de Oncologia do Porto, apurou a existência de um esquema generalizado, mediante a atuação concertada de autarcas e organismos públicos, de viciação fraudulenta de procedimentos concursais e de ajuste direto com o objetivo de favorecer primacialmente grupos de empresas, contratação de recursos humanos e utilização de meios públicos com vista à satisfação de interesses de natureza particular.

Realizaram-se 10 buscas, domiciliárias e não domiciliárias, nas zonas do Porto, Santo Tirso, Barcelos e Matosinhos que envolveram dezenas de elementos da Polícia Judiciária — investigadores, peritos informáticos, peritos financeiros e contabilísticos, bem como magistrados judiciais, magistrados do Ministério Público e representantes de ordens profissionais.

A investigação vai prosseguir para apuramento de todas as condutas criminosas e da responsabilização dos seus autores, informa a PJ, desconhecendo-se ainda quando é que os suspeitos vão ser presentes ao juiz de Instrução Criminal para fixar as medidas de coação.

 (Notícia atualizada às 12h20)