A RTP avança que estão a ser feitas buscas no Estádio do Dragão, informação também avançada pela revista Sábado e confirmada à Lusa por fonte policial.
Segundo a Sábado, o Ministério Público está a fazer buscas à sede da SAD do FC Porto e às casas de vários empresários ligados ao clube, como Pedro Pinho e Alexandre Pinto da Costa, filho do presidente do FC Porto, Jorge Nuno Pinto da Costa.
Estão a ser investigados crimes de fraude, abuso de confiança e branqueamento de capitais ligados a contratos de transmissão dos jogos do FC Porto com a antiga Portugal Telecom (agora Altice) e com a assinatura de contratos de vários jogadores.
Um desses negócios investigados é o da compra e venda de Éder Militão, jogador brasileiro que esteve no clube na época 2018-19, tendo sido comprado ao São Paulo e vendido ao Real Madrid.
A SIC refere que a investigação está a ser conduzida pelo procurador Rosário Teixeira e pelo inspetor tributário Paulo Silva, consistindo a operação de hoje em 30 buscas domiciliárias e não domiciliárias.
Em causa, adianta a Sábado, está a segunda parte da Operação Cartão Vermelho, mas a fonte da Lusa indica que este inquérito é um processo autónomo desse caso, no qual no último verão o MP investigou crimes económicos relacionados com o ex-presidente do Benfica, Luís Filipe Vieira, que chegou a ser detido. Essas diligências incluíram também o filho, Tiago Vieira, e os empresários José Manuel dos Santos e Bruno Macedo.
A Sábado já tinha adiantado, no início de novembro, que existem suspeitas de que o Alexandre Pinto da Costa terá recebido do empresário Pedro Pinho 2,5 milhões de euros, por ter sido intermediário nas negociações com a Portugal Telecom.
Recorde-se que a primeira fase da investigação Cartão Vermelho visou o ex-presidente do Sport Lisboa e Benfica, Luís Filipe Vieira, José António dos Santos — conhecido por 'Rei dos Frangos', fundador do Grupo Valouro-Avibom e maior acionista individual da SAD do Benfica (com 16%) —, Tiago Vieira, filho de Luís Filipe Vieira, e o agente de futebol e advogado Bruno Macedo.
A investigação envolve negócios com prejuízos para o Estado, SAD do clube e Novo Banco.
Segundo documentos relativos à investigação do Ministério Público, a que a agência Lusa teve acesso, Vieira terá prejudicado o Novo Banco em cerca de 82 milhões de euros e ter-se-á apropriado de cerca de oito milhões de euros de uma empresa sua — a Imosteps - que vieram mais tarde a ser compensados pelo Fundo de Resolução ao Novo Banco.
Segundo a imprensa, o empresário José António dos Santos e Tiago Vieira são apontados na investigação como cúmplices de Luís Filipe Vieira no esquema montado.
O Ministério Público diz ainda que o gestor Vítor Fernandes deu a Luís Filipe Vieira informação privilegiada quando era administrador do Novo Banco. Contudo, não é arguido nem lhe são apontados ilícitos. Vítor Fernandes estava indicado pelo Governo para 'chairman' do Banco de Fomento, mas nomeação foi suspensa após esta polémica.
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