Em comunicado, a PJ refere que, no âmbito da operação Porta Aberta e de um inquérito que corre termos no Departamento Central de Investigação e Ação Penal, desencadeou, na zona norte do país, uma operação “com vista à execução de mandados de busca e apreensão”.

“As buscas realizaram-se em residências, escritórios de advogados e escritórios de contabilidade e contaram com a intervenção de um JIC [juiz de instrução criminal] e de uma Procuradora da República”, lê-se no comunicado.

A PJ acrescenta que esta operação “sucede a outras”, já realizadas em março, também no Norte do país, “relacionadas com a regularidade e licitude do procedimento de aquisição de nacionalidade Portuguesa (…), e surge da necessidade de obter prova em novos locais entretanto identificados na investigação já desenvolvida”.

No inquérito investigam-se factos suscetíveis de enquadrar a prática dos crimes de corrupção, de falsificação de documentos, de branqueamento, de fraude fiscal e de tráfico de influências.

A PJ diz ainda que prossegue as investigações, “no sentido de esclarecer a natureza e a dimensão da atividade criminosa em investigação”.

Em março deste ano, o rabino da comunidade israelita do Porto, Daniel Litvak, foi detido pela PJ e, depois de presente a primeiro interrogatório judicial, ficou a aguardar o desenvolvimento do processo com o termo de identidade e residência e teve de entregar o passaporte.

Um dos casos de atribuição de nacionalidade portuguesa em investigação relaciona-se com o oligarca russo Roman Abramovich, antigo proprietário do clube de futebol Chelsea (Reino Unido), que se tornou cidadão português ao abrigo da Lei da Nacionalidade para os judeus sefarditas.

Em causa estarão alegadas irregularidades cometidas em processos de atribuição da nacionalidade portuguesa a descendentes de judeus sefarditas, que se encontram em investigação. Judeus sefarditas são judeus originários da Península Ibérica expulsos de Portugal no século XVI.