De acordo com o diretor do Planetário do Porto – Centro de Ciência Viva, Daniel Folha, “nos últimos 20 anos, o Planetário ultrapassou o meio milhão de visitantes”, um número considerado “ótimo, tendo em conta a dimensão” mas que se espera venha a aumentar.
Em entrevista hoje à agência Lusa, o diretor conta que o planetário tem a particularidade de ser simultaneamente um centro de divulgação da ciência, mas também um centro de investigação em astronomia astrofísica.
“No mesmo edifício temos a produção de conhecimento e a sua divulgação, e isso, é raro de encontrar”, explicou.
Na véspera do aniversário, Daniel Folha salienta o papel daquele que acredita que “sempre foi um projeto ambicioso”, até mesmo quando se tratava de “um planetário insuflável”, designado de ‘Star Lab’.
“Uma das missões do Centro de Astronomia Astrofísica, nascido em 1989, era a divulgação do conhecimento científico, por isso, adquiriram um planetário insuflável. Esse planetário visitou inúmeras escolas de todo o país e ao fim de seis anos, quando o edifício do planetário estava em fase final de construção, já tinha visitado mais de 120 mil crianças”, recorda o diretor.
No entanto, foi a renovação e modernização do Planetário do Porto, em 2014 e 2015, que Daniel Folha sublinha como “um marco importante”, isto porque o sistema analógico de projeção foi substituído pelo sistema digital, que acabou por “revolucionar todo o trabalho e apresentação ao público”.
“A partir do momento em que passamos a utilizar o sistema digital, o próprio planetário transformou-se numa nave espacial virtual, permitindo viajar pelo universo, pelo sistema solar, visitar outros planetas e até aterrar em Marte”, ilustra.
As sessões do planetário, desenvolvidas por especialistas “dentro de portas”, passaram assim a direcionar-se para o vídeo e para animações em duas e três dimensões, algo que, segundo o diretor ainda hoje é “um enorme desafio”.
“É um desafio enorme porque é muito mais difícil produzir uma sessão de planetário com animações 2D ou 3D do que produzir uma sessão apenas com imagens estáticas. Mas é um desafio que abraçamos e que temos estado a explorar com alguns parceiros”, afirmou.
Agora, o “grande objetivo” da equipa do planetário para o próximo ano é a produção de uma sessão para “públicos mais infantis” e crianças do ensino básico.
Incluída nas comemorações da Semana da Ciência e Tecnologia 2018, a celebração do 20.º aniversário do Planetário do Porto decorre este sábado, a partir das 14:30, e conta com várias atividades como o ‘Passaporte Espacial’, a ‘Academia da Robótica’ e um workshop de foguetões.
Durante a tarde, a festa de aniversário, que integra as European #SpaceTalks, uma iniciativa da Agência Espacial Europeia, engloba ainda sessões como o ‘Espaço júnior: 3,2,1… descolagem’ e ‘Marte, 19 de março de 2021, Marque a Data com Tiago Loureiro’.
“Queremos mostrar aos mais novos que eles podem ser cientistas, que é uma profissão como outra qualquer e que não está fora do alcance deles”, acrescentou Daniel Folha.
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