Anthony Albanese referiu que o incidente aconteceu na terça-feira passada em águas internacionais, mas escusou-se a dizer se tinha levantado a questão nas recentes conversações tidas com o Presidente chinês, Xi Jinping.

No entanto, o ministro da Defesa australiano, Richard Marles, disse no sábado que mostrou sérias preocupações a Pequim pelo comportamento do navio, tendo o porta-voz do Ministério da Defesa da China, Wu Qian, garantido hoje que as acusações da Austrália como “completamente falsas”.

“Pedimos ao lado australiano que respeite os factos, pare de fazer acusações imprudentes e irresponsáveis contra a China e faça mais para construir confiança mútua e criar uma atmosfera positiva para o desenvolvimento saudável das relações entre os dois países e as duas forças armadas, afirmou o porta-voz.

No período que decorreu entre o incidente e a declaração de Marles, o primeiro-ministro australiano conversou com Xi, à margem de uma cimeira de líderes da Ásia-Pacífico realizada em São Francisco, nos Estados Unidos.

“Não falo sobre reuniões privadas que tenho com qualquer líder mundial”, disse Albanese, acrescentando, no entanto, que o incidente “foi lamentável” e que a Austrália expôs “fortes objeções” à China, “de forma muito clara e muito direta, através de todos os canais apropriados e em todos os fóruns”.

Segundo o chefe do Governo da Austrália o incidente “prejudica a relação” com a China, já que se tratou de um encontro “perigoso, inseguro e pouco profissional por parte das forças chinesas”.

A oposição partidária australiana acusou Albanese de não ter conseguido abordar o assunto no encontro com Xi por temer que abalasse as melhorias conseguidas recentemente na relação bilateral, referindo que a liderança do primeiro-ministro “é fraca”.

Albanese tornou-se recentemente o primeiro chefe de Governo australiano a visitar a China em sete anos, num sinal de que as relações melhoraram.

Os militares dos EUA, Canadá e Austrália queixam-se várias vezes do que consideram ações perigosas da Marinha e da Força Aérea chinesas no Pacífico ocidental e vários analistas já admitiram temer que uma colisão ou outro acidente possa desencadear um incidente internacional e transformar-se num conflito.