Na entrevista desta noite à TVI/CNN, Pedro Nuno Santos defendeu a importância que o caso judicial que envolve o antigo primeiro-ministro, António Costa, seja clarificado “com urgência”, o considerou ser “importante para o próprio”, mas também “para os portugueses e para Portugal”.

Sobre se António Costa tem o apoio do PS para uma eventual liderança de uma instituição europeia, o líder socialista foi perentório: “eu espero bem que seja. Nós faremos aquilo que estiver ao nosso alcance”.

Deixando claro que não pode falar pelo ex-primeiro-ministro, concretamente sobre a eventualidade da Presidência do Conselho Europeu, Pedro Nuno Santos falou “enquanto secretário-geral do PS e enquanto cidadão português” considerando que “seria um ganho muito importante para a União Europeia e para Portugal”.

“Ouvi do ministro dos Negócios Estrangeiros [Paulo Rangel] de que não teria uma apreciação negativa. Eu gostava que tivesse mais do que isso: que tivesse não só uma apreciação positiva como uma ação pró-ativa”, apelou, recordando que o “próprio PS já tinha apoiado Durão Barroso”.

Pedro Nuno Santos insistiu na importância do caso judicial “ter um desfecho mais breve possível” também “porque o país também tem a ganhar com a possibilidade do ex-primeiro-ministro António Costa poder assumir responsabilidades europeias”.

“A experiência que eu tive enquanto governante na Europa, eu pude constatar a respeitabilidade que António Costa conseguiu conquistar em toda a Europa, em todos os quadrantes políticos, não apenas na família socialista”, enfatizou.

A semana passada, minutos depois de ter deixado a chefia do executivo com a tomada de posse de Luís Montenegro como primeiro-ministro, António Costa anunciou que deu instruções ao advogado para apresentar um requerimento que lhe permita ser ouvido “com a maior celeridade” pela justiça para “esclarecer qualquer dúvida” e qualquer suspeita.

“Constituí advogado e dei instruções ao advogado para hoje mesmo apresentar um requerimento junto do senhor coordenador do Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça para que com a maior celeridade possível possam proceder à minha audição para se esclarecer qualquer dúvida que tenham sobre a suspeita que tenham porque não há nada pior que haver uma suspeita e ela não ser esclarecida”, disse então.

A legislatura anterior foi interrompida na sequência da demissão do primeiro-ministro, António Costa (PS), após ter sido tornado público que era alvo de um inquérito judicial instaurado pelo Ministério Público no Supremo Tribunal de Justiça a partir da designada Operação Influencer

Esse processo judicial está relacionado com a produção de energia a partir de hidrogénio em Sines, Setúbal, e com o projeto de construção de um centro de dados (Data Center) na zona industrial e logística de Sines pela Start Campus.

O Presidente da República, Marcelo Rebelo de Sousa, aceitou de imediato a demissão do primeiro-ministro e dois dias depois anunciou ao país a dissolução do parlamento e a convocação de eleições, que se realizaram no dia 10 de março, dando a maioria ao PSD/CDS-PP/PPM.