Mais de 3.000 agentes, incluindo unidades de elite anti-terrorismo, participaram nas rusgas matinais e revistaram mais de 130 propriedades, no que os meios de comunicação social alemães descreveram como uma das maiores ações policiais que o país alguma vez viu.

As rusgas visaram alegados membros do movimento 'Cidadãos do Reich' (Reichsbuerger) suspeitos de "terem feito preparativos concretos para entrar violentamente no parlamento alemão com um pequeno grupo armado", afirmaram os procuradores em comunicado.

Os detidos são acusados de terem formado "um grupo terrorista até ao final de novembro de 2021, o mais tardar, que tinha estabelecido o objectivo de ultrapassar a ordem estatal existente na Alemanha e de a substituir pelo seu próprio tipo de Estado", afirmaram.

Duas das 25 detenções foram efetuadas no estrangeiro, na Áustria e em Itália.

O movimento Reichsbuerger inclui neo-nazis, teóricos da conspiração e entusiastas das armas que rejeitam a legitimidade da república alemã moderna e tornaram-se cada vez mais radicais nos últimos anos, sendo vistos como uma ameaça crescente à segurança.

Acredita-se que antigos soldados se encontram entre os membros do grupo terrorista recentemente estabelecido, afirmaram os procuradores federais.

"Os acusados estão unidos por uma profunda rejeição das instituições estatais e da ordem básica livre e democrática da República Federal da Alemanha", disseram.

Os suspeitos estavam conscientes de que o seu plano "só poderia ser concretizado através da utilização de meios militares e da violência contra os representantes estatais", acrescentaram.

O Ministro da Justiça Marco Buschmann elogiou, no Twitter, o desmantelamento da "célula terrorista suspeita", afirmando que isto demonstrou que a Alemanha é capaz de defender a sua democracia.

De acordo com o jornal Guardian, nas 25 pessoas detidas estarão um aristocrata alemão de 71 anos, um comandante militar aposentado e ex-deputado da extrema-direita Alternative für Deutschland (AfD), e ainda uma mulher de nacionalidade russa.

Já o Der Spiegel salienta que as buscas incluíram o quartel da KSK, a unidade de forças especiais da Alemanha, na cidade de Calw, no sudoeste do país, que já tinha sido alvo de investigação no passado devido a, alegadamente, ter soldados entre os simpatizantes da extrema-direita.