Já foram detidos dois membros da Agência Brasileira de Inteligência (Abin), organização estatal a partir da qual foi realizada a alegada prática de espionagem, através da escuta ilegal de milhares de telefones, segundo as autoridades locais.
“De acordo com as investigações, o sistema de geolocalização utilizado pela Abin é um software intrusivo na infraestrutura crítica de telefonia brasileira. A rede de telefonia teria sido invadida reiteradas vezes, com a utilização do serviço adquirido com recursos públicos”, lê-se num comunicado emitido pela Polícia Federal brasileira.
A polícia brasileira suspeita que há indícios de que essas supostas atividades ilegais foram dirigidas contra funcionários públicos, políticos, polícias, advogados, jornalistas, juízes e até mesmo alguns juízes do Supremo Tribunal Federal (STF).
A espionagem terá sido realizada através de sistemas avançados que o Brasil adquiriu em 2018 da empresa israelita Cognyte, e pode ter tido o objetivo de monitorar todas as atividades daqueles que o Governo considerava como adversários e “inimigos políticos”, como o próprio Bolsonaro costumava descrevê-los.
A Polícia Federal brasileira esclareceu que o ex-presidente não é alvo de investigação neste assunto, que começou a ser veiculado há mais de um ano, quando Bolsonaro ainda estava no Governo.
Bolsonaro foi derrotado nas eleições de outubro do ano passado pelo atual Presidente, Luiz Inácio Lula da Silva, e responde por vários processos, incluindo um em que é suspeito de ter encorajado o motim de 08 de janeiro, quando milhares de ‘bolsonaristas’ atacaram as sedes dos três poderes, com a intenção de levar as Forças Armadas a derrubar o Governo atual.
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