Em cenas que lembraram os protestos pró-democracia de 2014, os manifestantes carregaram as barreiras metálicas montadas pela polícia no lado de fora do escritório de ligação da China à Hong Kong.

Os manifestantes utilizaram chapéus-de-chuva - símbolo do protesto de 2014 - para se protegeram do gás pimenta enquanto tentavam aproximar-se do edifício, enquanto alguns jogavam garrafas de água na polícia.

“Estamos bastante chocados, só queríamos expressar as nossas exigências ao escritório de ligação", disse à agência de notícias francesa AFP Cas Wong, um estudante de 19 anos.

Pelo menos uma pessoa foi vista a ser levada por vários oficiais antes de começarem os confrontos.

A polícia alertou os manifestantes de que estavam envolvidos numa "reunião ilegal" e disse-lhes para dispersarem.

Mais tarde, os manifestantes ocuparam uma grande avenida perto do escritório de ligação chinês, deixando dezenas de elétricos e autocarros presos na confusão.

Tentaram novamente passar pela polícia e chegar ao prédio, mas foram afastados novamente com gás pimenta pelos agentes da autoridade.

O protesto começou com uma marcha pacífica no centro da cidade durante a tarde. Os organizadores disseram que 13.000 pessoas participaram na marcha e outras 4.000 reuniram-se do lado de fora do escritório de ligação chinês.

A polícia disse que ainda não tinha números disponíveis sobre a manifestação.

O Governo de Hong Kong (pró-Pequim) está a tentar impedir que os legisladores pró-independência Baggio Leung e Yau Wai-ching ocupem os seus lugares no Conselho Legislativo (Legco) depois de terem interpretado mal o seu juramento no mês passado (com alusões independentistas e referências consideradas pejorativas em relação à China).

A China anunciou que o parlamento vai interpretar a constituição de Hong Kong, que afirma que os membros do conselho devem jurar fidelidade à Região Administrativa Especial da República Popular da China de Hong Kong.

A decisão do Comité Permanente do Congresso Nacional do Povo deve ser anunciada na segunda-feira.

O anúncio esperado para a segunda-feira marcará a quinta vez que a China, desde a devolução de Hong Kong pelos britânicos em 1997, interpreta a Constituição de Hong Kong.