Após estes confrontos, centenas de migrantes reuniram-se em frente ao posto de fronteira de Pazarkule (Kastanies, no lado grego) a entoar palavras de ordem como “liberdade”, “paz” e “abram as portas”, de acordo com o fotógrafo da AFP.

Algumas pessoas seguravam cartazes acima do arame farpado que diziam “queremos viver em paz”.

As autoridades gregas também acusaram as forças turcas de dispararem bombas de gás lacrimogéneo e de lançarem bombas de fumo no lado grego da fronteira.

“Houve ataques coordenados esta manhã”, disse uma autoridade grega.

Segundo Atenas, as autoridades turcas também estão a distribuir material para cortar as cercas que impedem a passagem dos migrantes para o lado grego.

Depois de o Presidente turco, Recep Tayyip Erdogan, ter anunciado na semana passada a abertura de fronteiras, vários milhares de migrantes partiram para a fronteira com a Grécia, despertando na Europa a memória da crise migratória que abalou o continente em 2015.

A União Europeia (UE) também denunciou uma “chantagem” feita à custa dos migrantes por Ancara, que reivindica apoio ocidental na Síria, onde a Turquia está a realizar uma operação militar e depara-se com um fluxo de pessoas deslocadas em direção à sua fronteira.

Enquanto milhares de migrantes estão agora presos na fronteira greco-turca, campos improvisados formaram-se no lado turco.

Muitos migrantes dormem ao ar livre, apesar do frio.

Também se desenvolveu toda uma economia de miséria, com vendedores ambulantes turcos a vender, dez vezes mais caro em relação ao preço regular, garrafas de água, alimentos ou materiais para fazer abrigos.

Estes novos confrontos ocorreram no dia seguinte à assinatura em Moscovo de um acordo de cessar-fogo na região de Idlib, no noroeste da Síria, entre Erdogan e o Presidente russo, Vladimir Putin.

Um funcionário da Presidência turca disse à agência de notícias estatal Anadolu que o cessar-fogo não significava que Ancara fecharia as suas fronteiras com a Europa.