Um número alargado de polícias esteve presente no centro da cidade esta noite, reportou um jornalista da agência francesa de notícias AFP.
A polícia irlandesa (Garda) já tinha indicado, hoje de manhã, que iniciou uma “investigação formal” aos distúrbios de quinta-feira e adiantou ter enviado “mais de 400” efetivos uniformizados, incluindo cerca de 250 polícias antimotim, para o centro da capital para “lidar com incidentes de ordem pública e desordens violentas graves”.
Na noite de quinta-feira, durante várias horas, quase 500 manifestantes queimaram veículos, saquearam e vandalizaram lojas e entraram em confronto com a polícia, num bairro do centro de Dublin onde vivem muitos migrantes.
A violência eclodiu depois de um homem armado com uma faca ter atacado várias pessoas, ao início da tarde, perto de uma escola da cidade, provocando quatro feridos, uma professora e três crianças.
Uma das crianças, uma menina de cinco anos, está “em estado crítico”, enquanto a professora se mantém em “estado grave”, referiu hoje a polícia.
Também ferido, o agressor foi detido no local e, de acordo com a imprensa local, é um homem com cerca de 50 anos, que não nasceu na Irlanda, mas vive no país há mais de 20 anos e tem passaporte irlandês.
A polícia já afastou a possibilidade de um ataque terrorista e atribuiu os confrontos à extrema-direita, citando rumores espalhados nas redes sociais sobre as origens do agressor, num contexto de crescente discurso anti-imigração.
“O centro de Dublin está aberto normalmente”, garantiu hoje a polícia numa mensagem publicada na rede social X (antigo Twitter), referindo ter sido posto em ação um “plano reforçado de aplicação da lei”.
O chefe da polícia irlandesa, Drew Harris, que deplorou “a extraordinária explosão de violência” de quinta-feira, com “cenas não vistas há décadas”, admitiu, no entanto, temer mais tumultos, pelo que foram enviados para a capital dois canhões de água vindos da Irlanda do Norte.
De acordo com a imprensa irlandesa, a polícia deteve 34 pessoas e impôs recolher obrigatório a alguns.
Os distúrbios foram também criticados pelo primeiro-ministro, Leo Varadkar, que afirmou que os manifestantes “que dizem defender os cidadãos irlandeses”, não só “envergonham Dublin, mas a Irlanda”.
Comentários